Vinho mais caro
Gourmet

Descobrimos o vinho mais caro à venda em Portugal

E um “Wine Advisor” explica-nos o segredo para custar 30 mil euros. Sim leu bem!

Vinhos há muitos. Para diferentes gostos, mas claramente também para diferentes bolsas. Excentricidade para alguns, puro prazer para outros, Cláudio Martins, CEO da Martins Wine Advisor aponta o Liber Pater 2015 como o mais caro no mercado, com uma única garrafa avaliada em 30 mil euros.

O que faz com que este seja o vinho mais caro do mundo?

Raro, quantidades limitadas, história rica são algumas das caraterísticas que justificam este valor. Esta edição do Vanity custa 30 mil euros a garrafa e só estão à disposição dos apreciadores portugueses 18 unidades, do total de 740 produzidas. Loic Pasquet em 2006 decidiu mudar de vida e ir para Bordéus fazer vinhos com sabor a século XIX, a partir de castas autóctones pré-filoxéricas, dando corpo a um dos vinhos mais caros do mundo. Começa a plantar em 2006 e exclui as três variedades de uvas dominantes: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot. A jogada foi arriscada, mas deu frutos. Preferiu apostar em variedades esquecidas que existiam antes da grande praga de filoxera, que devastou as vinhas no século XIX por todo mundo, tais como Saint-Macaire, Tarnay, Marselan e Castets. Criou a marca Liber Pater – nome de uma divindade romana do vinho – e em dez anos tornou-se notado pelos seus vinhos excecionalmente caros. Com o Liber Pater 2015 estabelece um novo patamar com a produção de 240 garrafas a atingirem o valor de 30 mil euros a garrafa.

 O que o diferencia é esse tal sabor a século XIX?

É um dos mais raros vinhos do mundo, único e controverso, e que põe em causa as regras de uma das regiões mais famosas do mundo. A produção e colheita deste vinho é toda manual, feita em várias etapas de acordo com a variedade e microclima. Os cachos são desfeitos e levemente esmagados mal chegam à adega, a fermentação é feita a baixa temperatura e a maceração dura dois meses nas ânforas. É pressionado depois suavemente com uma prensa de cesta de estilo antigo e envelhece um mínimo de dois anos nas mesmas ânforas sobre as borras finas. “The Vanity” é composto por Petite Vidure 85 % (antigo original seleção de Cabernet Sauvignon), Petit Verdot 10 %, Castets, Tarnay, Saint Macaire e Malbec 5% . 100% videiras não enxertadas. O Liber Pater nasce numa parcela de terreno com 80 metros de altitude, sem intervenção de maquinaria - porque há uma mula espanhola “Carbonero from Space”, orientada pelo próprio Loic Pasquet, que puxa o arado como antigamente – e com recurso a técnicas de vinificação que imitam as do século XIX. Todo o processo de produção do Liber Pater obedece a um ritual que o coloca a par de um outro qualquer bem de luxo premium. Na vinha não há intervenção de maquinaria.

Com esse processo quantas garrafas são produzidas por ano?

Sempre quantidades limitadíssimas, o que o torna raro e eleva o seu valor. Do Liber Pater 2015 foram produzidas 240 garrafas enquanto que do Liber Pater 2018 foram produzidas 790.

E pela tua experiência dirias que é um vinho para beber ou colecionar?

Como comento em tom de brincadeira, mas para levar a sério, a vantagem de investir em vinho é que se correr mal podemos sempre bebê-lo. Um vinho destes atinge rapidamente a valorização de 10% a 12% ao ano o que o torna um excelente vinho para investimento. É inquestionável que bebê-lo é uma experiencia única e irrepetível! O que sugiro, no mínimo, é que se comprem duas – uma para investir e outra para consumo – porque ao fim de algum tempo a outra está paga.

Para alguns consumidores pode parecer uma pequena excentricidade… vale o preço?

Como todos os objetos de luxo depende sempre da avaliação de quem vai comprar e se o objeto se insere no leque de desejos a conseguir…. O Liber Pater é um objeto de luxo e como tal também objeto de poder, associado a um bem-estar social para um público que tem a capacidade financeira para o comprar. É um vinho excecional!  Tem uma história, um percurso, visibilidade e reconhecimento para quem o compra.

 

Design e Artes

Wewood abre primeira loja no Porto

“É uma boa altura para os consumidores nacionais deixarem de achar que só o que vem de fora é que é bom”.

Gourmet