Entre 7.000 e 5.000 A.C. surgiram os primeiros indícios de viticultura no mundo, descobertos por cientistas na Geórgia, o que prova que a história do vinho é longa. No caso específico de Portugal, a cultura do vinho também soma anos e anos e um dos vinhos mais antigos vem da Idade Média.
Falamos do Vinho Medieval de Ourém, que é frequentemente mencionado em documentos históricos que contam que o vinho começou a ser produzido por monges da ordem de Cister no Mosteiro de Alcobaça, há mais de 800 anos.
A tradição foi-se mantendo, assim como as características que tornam este vinho único. Desde logo o modo como é feito, com 20% de uvas tintas de Trincadeira, desengaçadas com cirandas (mesa de ripanço) e fermentadas em dornas de madeira, e 80% de uvas brancas da casta Fernão Pires, prensadas em lagares e fermentadas em vasilhas de madeira. No fim de ambas as fermentações, os mostos juntam-se na vasilha e só depois de terminarem as fermentações em conjunto é que se passa ao engarrafamento.
Este método de produção permite assim obter vinhos de uma extrema complexidade, macios e untuosos na boca.
Apesar de não ser dos vinhos portugueses mais conhecidos a nível mundial, o Vinho Medieval de Ourém continua a ser promovido como símbolo da herança vinícola portuguesa, inclusivamente em eventos e festivais locais, ou através da Confraria do Vinho Medieval de Ourém, criada em 2022, com o objetivo de "preservar e valorizar este património".
Em 2023, o vinho Medieval de Ourém da colheita de 2022 da Quinta do Montalto recebeu até uma medalha de ouro no concurso Catavinum World Wine & Spirits Competition realizado em Espanha, elevando e levando além fronteiras este vinho histórico português.