Quando pensamos num vinho, focamo-nos mais no que chega ao copo do que no que está por detrás daquela garrafa. Mas a marca Kaputt, detida pela Van Zeller Wine Collection, S.A, é mais do que o resultado de um processo rigoroso e medalhado. São vinhos que rompem com as normas, são sinónimo de liberdade criativa e foi ela que lhes deu nome.
“Este nome originou-se como resposta à pergunta recorrente que era feita pela equipa comercial [da empresa mãe], ano após ano: ‘E aquele vinho branco especial?’. A resposta da equipa de enologia era sempre: ‘Está quase pronto!'. No entanto, à medida que o tempo passava, a frustração começou a colorir as respostas e frequentemente ouvíamos um comentário exasperado: ‘O maldito vinho branco novamente, KAPUTT!’”, conta à VERSA Álvaro Van Zeller, sócio fundador e diretor de enologia.
Foi assim que surgiu a ideia de criar a Kaputt, marca que é sinónimo de criatividade, liberdade e resultado da afirmação dos seus fundadores, Álvaro van Zeller, enólogo master da Van Zeller Wine Collection, e Manuel Vieira, enólogo consultor da Van Zeller Wine Collection, uma vez que falamos de vinhos “construídos no seu tempo, sem ceder a pressões do âmbito comercial”.
"O nosso claim é concretizado na liberdade atribuída aos nossos enólogos, sem condicionantes comerciais de custo e conceito durante o processo criativo, resultando em vinhos não tão óbvios e diferentes dos que os que circulam no mercado, aliados ao seu design de garrafa diferenciador. A combinação perfeita para sairmos da caixa", frisa o sócio fundador.
A cada colheita fazem-se experiências, exploram-se novas técnicas de vinificação, diferentes tipos de envelhecimento e revitaliza-se vinhas e variedades de uvas esquecidas. O vinho que lançou a marca, o Kaputt Branco 1.º edição, é exemplo disso, assim como outros que foram surgindo desde 2016.
Kaputt, mas que garrafa é esta?
Uma garrafa convencional de vinho é afunilada no topo e termina com uma base redonda, por vezes com a cavidade inferior mais funda e côncava, mas não é esse o caso desta marca portuguesa, que se distinguem por uma base repartida, que se assemelha a uma pega.
O design é particular e único no mercado e só por isso é digno de uma estrela, que seria só mais uma a juntar às já 12 estrelas Michelin que constam no currículo do chef MarPn Berasategui, que contribuiu para a criação destas garrafas. Mas o resultado final vai muito além da estética.
“A garrafa decanta as impurezas e impede-as de sair no momento de servir. É o seu design e arquitetura que permitem que o sedimento decantado permaneça no fundo da garrafa pelo simples efeito da física”, explica Álvaro van Zeller.
O caráter funcional vai ainda mais além, uma vez que a própria estrutura da garrafa facilita o serviço. “A forma de segurar a garrafa é completamente natural: na base, com um dedo no fundo e os outros na parte inferior da cintura. Quase não há contacto com o corpo da garrafa, evitando assim a transferência de temperatura para o líquido no seu interior”.
Quando a liberdade leva ao ouro
Alheios às pressões comerciais, os enólogos dos vinhos Kaputt são dos poucos que têm a sorte de ter liberdade e tempo para se dedicarem a todo o processo de criação e chegar a um resultado pouco óbvio.
Depois da cor da uva, o ouro é talvez das cores que melhor identifica os vinhos Kaputt, detentores de vários prémios. Primeiro, foi a medalha de ouro atribuída em 2023 ao Kaputt branco 2ª edição no 10.º Festival Vinho do Douro Superior, depois novamente ouro para o Kaputt Orange 2019 na 11.º edição do mesmo festival e a estes junta-se ainda o prémio mais elevado de global Masters, atribuídos pela Drinks Business, na categoria The Global Orange Wine Masters 2024.
“É com enorme orgulho de toda a equipa envolvida no projeto, que, desde o seu primeiro lançamento, a marca se tem vindo a distinguir positivamente junto dos consumidores, jurados e críticos de vinho”, diz o sócio fundador da marca.
Os quatro Kaputt à prova
A gama atual dos vinhos Kaputt conta com quatro vinhos, uma conta reduzida que se justifica pelo facto de falarmos de "vinhos produzidos em pequenas quantidades que refletem experiências ‘peculiares'”.
As opções incluem o premiado Kaputt Branco 2ª Edição (pvp médio – 40€), o Kaputt Tinto 40 meses (pvp médio - 40€), o Kaputt Palhete (pvp médio – 18€) e o Kaputt Curtimenta 2019 (pvp médio – 40€), vinhos à venda online em clientes e distribuidores e fisicamente em garrafeiras selecionadas (como a Garage Wines). Também podem ser encontrados em espaços de restauração, como o Octant Douro, o Loco, o Pena, e o Alibi.
Quanto a novidades, estão a “fervilhar na equipa de enologia”, avança Álvaro van Zeller, e poderemos contar com elas em 2025.