O hotel La Mamounia, em Marraquexe, Marrocos Fotografia: © La Mamounia
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O melhor hotel do mundo? Fácil, tão fácil (e não só para nós)

Centenário. Intemporal. Para celebrar os 100 anos, o La Mamounia, em Marraquexe, mudou tudo, sem mudar nada. Este hotel ou, se quisermos, palácio vive no seu tempo, mas fora do tempo. Como foi sonhado.

"É o lugar mais maravilhoso do mundo", disse Winston Churchill a Franklin D. Roosevelt, em 1943, ao pôr-do-sol, referindo-se a Marraquexe, depois de o ter convidado a descobrir o seu lugar favorito. A cidade e o hotel que escolhia como a sua casa nos meses de inverno. Andava de varanda em varanda acompanhando o sol durante o dia, enquanto captava as cores reais nas suas pinturas dos jardins do icónico La Mamounia, um hotel em que, apesar de todos os prémios que acumula, as palavras não são suficientes para traduzir a emoção do lugar.

Em homenagem a um dos hóspedes que marcou a história do hotel, em 2023 foi concluída uma intensa renovação (vários meses e cerca de 300 artesãos envolvidos) por ocasião do centenário do La Mamounia, assinada pelos designers Patrick Jouin e Sanjit Manku, que conseguiram inovar, mantendo todo o seu charme do passado. O Bar Le Churchill faz parte da visão de futuro, hoje um espaço íntimo (ou exclusivo), esculpido com carvalho, mármore preto e um ambiente a lembrar o passado ferroviário do hotel como se estivéssemos numa luxuosa viagem onde o caviar nos faz companhia.

E como paragem, mesmo ao lado do Le Churchill, há uma nova sala de cinema com programação semanal. Afinal, também foi no La Mamounia que Hitchcock filmou O Homem que Sabia Demais. Até porque aqui, como em tudo na vida, não há futuro, sem passado. E por muitos anos que passem, o La Mamounia, se nos perguntarem, é o melhor do mundo…

Começámos com Sir Winston Churchill, mas também podíamos ter falado do general Charles de Gaulle, outro nome que aqui fez e deixou história(s), como a da cama especial que o diretor do hotel lhe ofereceu, feita sob medida para este homem…um hóspede grande.

Ao longo dos seus 101 anos, a reputação do La Mamounia atraiu uma lista infindável de personalidades: Charlie Chaplin, Marcello Mastroianni, Oliver Stone, Luc Besson, Francis Ford Coppola, Omar Sharif, Joan Collins, Nicole Kidman, Richard Gere, Tom Cruise, Sharon Stone, Charles Aznavour, Deneuve, Alain Delon, Yves Saint Laurent, os Rolling Stones, Julio Iglesias, Franklin Roosevelt, Ronald e Nancy Reagan, a Princesa Carolina do Mónaco, o Rei e Rainha Emérito de Espanha e a Infanta Elena, Nelson Mandela, Gwyneth Paltrow, Jennifer Aniston, Orlando Bloom e Miranda Kerr.

No lobby, foi instalado o "Candeeiro do Centenário", uma grandiosa e inesperada escultura de luz do atelier de Jouin Manku que evoca a imagem de dois colares suspensos no ar que recordam o esplendor de um ornamento da cultura local. Esta obra, harmoniosamente integrada no teto piramidal logo à entrada, junta duas histórias: um tributo às artes e tradições marroquinas e à feminilidade berbere, enquanto destaca o saber-fazer contemporâneo. Inspirada na joalharia tradicional, chamada "tamazight", é uma joia intemporal, uma representação simbólica que transcende eras e funde culturas através da arte.

“Tudo tem de mudar para que nada mude": só podemos concordar com o escritor italiano Giuseppe Tomasi di Lampedusa. A magia, a essência e o charme do La Mamounia mantêm-se, mesmo com a renovação de espaços emblemáticos da “Grande Senhora de Marraquexe”, entre eles a receção, o lobby, o Bar e Sala Majorelle. Há uma nova energia pensada para celebrar o centenário, também pensada para as exigências e o tipo de experiência da contemporânea hotelaria de luxo, mas que continua a honrar a tradição marroquina de receber com generosidade.

Concebido em 1923 pelos arquitetos Prost e Marchisio, o hotel passou por inúmeras renovações, mas a origem do seu nome leva-nos ao século XVIII quando o rei Sidi Mohamed Ben Abdallah, que costumava dar aos seus filhos, como presente de casamento, uma casa com um jardim, ofereceu a propriedade ao príncipe Mamoun e deu o seu nome ao jardim, inspirando o nome La Mamounia. Dois séculos mais tarde, numa área de 13 hectares, foi criado o hotel, que alcançou, rapidamente, notoriedade internacional, e que tem nos 8 hectares de jardim e nas suas cinematográficas palmeiras, uma das principais atrações.

Principais? Como se aqui houvesse algo secundário. Do Salão de Chá com criações do Chef Pierre Hermé, ao luxo intimista da Piscina e do Le Pavillon de la Piscine onde as manhãs começam com o pequeno almoço e se pode almoçar no coração do jardim, ao Riad onde à noite no Restaurante Le Marocain se combina a tradição da cozinha local com a modernidade num ambiente, absolutamente envolvente,  ao luxuoso Spa onde é possível até ter um Hammam privado.

Jacques Brel dizia que o "La Mamounia faz lembrar a civilização onírica que se deseja conhecer mais vezes...". Porque, de facto, parece um sonho, mas é bem real. 

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