O mate, conhecido no Brasil como chimarrão, sempre razão de partilha e convívio, especialmente no sul do Brasil e em países vizinhos como a Argentina e o Uruguai. No entanto, esta bebida feita a partir da erva-mate deixou de ser apenas um ritual tradicional para se transformar num verdadeiro fenómeno mundial e até um símbolo de status.
Atualmente, há um mercado em expansão no que diz respeito ao design dos equipamentos que fazem parte da bebida. Falamos das cuias (nome dado ao copo em que se bebe a bebida mate), que agora surgem em resina colorida, das bombas (palhinha metálica com filtro na ponta), que ganharam pedras preciosas, e das mateiras (conjunto ou kit usado para preparar e transportar o mate), agora feitas de couro exótico e enfeites em LED. No fundo, o que antes era apenas um objeto utilitário, agora é também acessório de moda e símbolo de luxo.
No Brasil, lojas como a Frescurinhas do Mate e a Béllver Store, ambas no Rio Grande do Sul, seguem a nova tendência. Uma bomba de prata e ouro com 21 pedras de quartzo rosa pode chegar aos 3 mil reais (cerca de €472,80), enquanto mateiras em couro de píton ou pirarucu custam até 4 mil reais (ronda os €630,40). O que estes preços fazem lembrar? Exato, carteiras de luxo.
Mas o fascínio pelo mate vai além da estética. A bebida é rica em antioxidantes, ajuda na digestão, melhora a concentração e é considerada um estimulante natural, uma alternativa saudável ao café. E o sucesso transcende fronteiras.
A tradição já chegou à Califórnia, onde vive Meghan Markle, que levou a bebida para o ecrã na sua série documental da Netflix With Love, Meghan. O gesto chamou a atenção do público internacional, reforçando a imagem do mate como um símbolo de sofisticação e bem-estar.
Apesar de no Rio Grande do Sul as opiniões ainda se dividem quanto aos que preferem cuias simples e as versões decoradas, a verdade é que a tendência para as últimas tem aberto espaço para novos negócios e para a reinvenção de uma tradição secular.
Mostramos na galeria de imagens algumas das cuias que podem chegar a preços de colecionador.
