Saúde da Mulher | Fotografia: Unsplash
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Menopausa: quando o corpo muda, o autocuidado torna-se inegociável

No mês em que se assinala o Dia Mundial da Menopausa, um artigo educativo assinado pela psicóloga clínica Helena Paixão, Fundadora e CEO da Clínica Helena Paixão – Psicologia, Mindfulness e Desenvolvimento Pessoal.

Dr.ª Helena Paixão

A menopausa é uma das grandes transições da vida feminina. Não é uma doença, nem uma sentença. É uma fase natural, mas ainda envolta em silêncio, vergonha e desinformação. E esse silêncio pode pesar psicologicamente: muitas mulheres atravessam esta etapa sentindo-se “fora de si”, sem perceber que o que sentes faz parte de um processo profundo — físico, hormonal e emocional.

O impacto psicológico da menopausa

A queda de estrogénios não afeta apenas o corpo — provoca alterações reais no cérebro. A instabilidade hormonal pode influenciar neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, o que ajuda a explicar sintomas como irritabilidade, tristeza, ansiedade e dificuldades de concentração.

No entanto, há também uma dimensão simbólica importante: a menopausa representa, para muitas mulheres, o fim da fertilidade — e, com isso, uma redefinição da identidade. Podem surgir pensamentos como: Quem sou eu agora que o meu corpo já não cumpre o mesmo papel biológico?

O que muda na tua relação com o corpo, com a sexualidade, com o envelhecimento?

É normal sentir luto por esta mudança. É o encerramento de um ciclo e, ao mesmo tempo, a abertura de outro. A forma como vivencias esta transição depende muito da relação que tens contigo e com o teu corpo.

Autocuidado: o centro do bem-estar nesta fase

A menopausa pede autocuidado consciente, não só físico, mas também mental e emocional. Partilho contigo 6 práticas que podem fazer diferença:

Escuta o teu corpo, sem o julgar

O corpo fala através de sintomas — afrontamentos, insónias, alterações de peso, secura vaginal. Em vez de combateres o corpo, procura escutá-lo. A aceitação é o primeiro passo para o equilíbrio.

Movimento como medicina

Atividade física regular (caminhar, nadar, dançar, yoga) ajuda a regular o humor, melhora o sono e fortalece ossos e músculos. Escolhe algo que te dê prazer, não apenas “resultados”.

Cultiva o descanso e o sono

As alterações hormonais podem perturbar o sono, mas rotinas de higiene do sono (desligar ecrãs, criar um ritual de relaxamento, evitar cafeína à noite) são fundamentais.

Nutre as relações interpessoais

Partilha o que estás a viver com outras mulheres, com amigas, com o companheiro — é uma forma poderosa de validação emocional. A menopausa não deve ser vivida em silêncio.

Procura apoio psicológico, se precisares

A terapia pode ajudar a ressignificar esta fase, a lidar com as alterações de humor, a redefinir a autoestima e a aprender a cuidar de ti com compaixão.

Redescobre o prazer

O desejo sexual pode mudar, mas não tem de desaparecer. O autoconhecimento, a comunicação e o uso de lubrificantes ou terapias específicas podem ajudar. O prazer pode ganhar novas formas e significados.

Um novo capítulo de autenticidade

A menopausa pode ser vista como uma perda — ou como uma libertação. É o momento de deixar para trás papéis que já não fazem sentido e abraçar uma nova maturidade emocional, mais serena, mais segura.

Não é o fim da feminilidade. É o florescer de uma nova fase — onde a sabedoria, o autocuidado e a autenticidade se tornam o centro.

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