A$AP Rocky, conhecido tanto pelo seu talento musical como pelo seu sentido de estilo, acaba de ser absolvido de acusações graves de agressão com arma de fogo. Em retrospetiva, enquanto o processo em tribunal decorria, o rapper trocou a sobriedade expectável em tribunal por uma oportunidade de exibir o que de melhor tem, o seu guarda-roupa. De fatos Saint Laurent meticulosamente cortados a casacos de caxemira acima dos 5 mil euros, Asap parecia mais preocupado em impressionar os críticos de moda do que em convencer o júri da sua inocência. Ou somos nós que nunca perdemos a oportunidade de avaliar um bom corte e costura?
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O rapper desfilou ao lado de Rihanna, ícone de moda por direito próprio, e acordou com a namorada que combinar coordenados de luxo é tão mais 2025 do que trocar cartas de amor. Chegaram a eleger fatos cinzentos de riscas, como se estivessem a caminho de uma produção fotográfica, ignorando a audiência que poderia determinar 24 anos atrás das grades. Em vez disso, a audiência está do nosso lado, que por nada deixamos de comentar e reparar nas luvas em couro da Gucci, nos brincos Tiffany’s ou num power suit Saint Laurent… e quando não o víamos bem comportado com o seu fato Armani, rendiamo-nos ao rebelde imaculado que vestia um casaco de couro… e assim continuamos, a pensar no Court Core, e a lembrar o poder da roupa em outros casos mediáticos como o de Gwyneth Paltrow, de Paris Hilton ou de Johnny Depp.
Afinal, continua a ser mais fácil esquecer os processos em tribunal do que os Louboutin que levam calçados.
Este espetáculo não é inédito e cada peça de roupa continua a ser analisada ao pormenor pelos meios de comunicação, críticos de moda e pelo público. A linha entre justiça e entretenimento tornou-se tão ténue que, por vezes, parece que estamos a assistir a reality shows aspiracionais, em vez de processos judiciais sérios.
No caso de A$AP Rocky, o veredicto de "não culpado" quase se tornou uma nota de rodapé. O verdadeiro destaque foi o abraço emocionado entre Rocky e Rihanna após a decisão, um momento que rapidamente se tornou viral nas redes sociais, eclipsando a própria essência do julgamento.
A justiça moderna parece estar a tornar-se num palco onde celebridades desfilam o seu lifestyle, transformando processos legais em espetáculos mediáticos. O corte e costura com A$AP Rocky vai muito além da alfaiataria: cada detalhe parece estrategicamente pensado para o espetáculo mediático, onde a costura da narrativa importa tanto quanto a bainha do fato. E claro que estamos a falar em símbolos da cultura pop, mas por cá o escândalo político e judicial também se veste de ironia, e o interesse público parece oscilar entre a indignação e a curiosidade sobre detalhes supérfluos… queremos justiça ou saber o que um deputado anda a vender na Vinted?
Voltando a Asap Rocky (ou não). A questão será: estamos a assistir à procura pela verdade ou apenas ao próximo episódio de um drama cuidadosamente coreografado?