É quase uma peça de roupa obrigatória no verão e certamente que já perdeste a conta aos biquínis que tens na tua coleção, mas sabias que o primeiro modelo nasceu em 1946 e provocou uma verdadeira revolução na altura?
O culpado foi Louis Réard, um engenheiro que decidiu lançar-se no mundo da moda a escandalizar as mentes mais puritanas da altura ao criar aquele que seria “o novo fato de banho”.
Apesar de já existirem outros designs mais modestos, o modelo de Réard causou tanta sensação que foi batizado de “Bikini”, numa alusão ao Atol de Bikini, no Oceano Pacífico, onde eram realizadas explosões atómicas experimentais.
E, a julgar pelas ondas de repercussão, a invenção deu origem a uma verdadeira explosão de moralismos, com o biquíni a ser condenado pelo papa Pio XII por ser considerado fora dos padrões que se julgavam adequados pela Igreja Católica.
O seu design revelador, que deixava à mostra uma quantidade significativa do corpo feminino, era algo inédito para a época e o Vaticano condenou a nova peça de roupa, que considerou imoral e contrária aos padrões de decência.
Além do Vaticano, vários países mostraram-se contra o uso do biquíni, como Espanha, Itália ou Bélgica, que chegaram a impor restrições ao seu uso.
Mas o que tinha o biquíni de tão especial?
Além de ser bastante reduzido para os padrões da época, era feito num tecido estampado em papel de jornal e Micheline Bernardini, bailarina exótica do Casino de Paris, foi a única que se atreveu a usá-lo, tendo sido fotografada na Piscine Molitor em 1946.
Apesar da onda de críticas, o biquíni acabou por se tornar cada vez mais popular, especialmente a partir da década de 1960, quando a evolução dos padrões de moda desafiou as normas mais tradicionais.
Aqui podes acompanhar um pouco da sua evolução ao longo dos anos.