O mercado do luxo tem passado por uma transformação significativa nos últimos anos, com uma desaceleração das vendas. Perante este cenário, as marcas de luxo têm encontrado nas linhas de beleza uma alternativa para fazer crescer e estabilizar os seus negócios.
Depois do choque da pandemia, esta desaceleração é atribuída principalmente à instabilidade da economia global. Mas em resposta a este cenário de incerteza, as grandes marcas de luxo têm apostado no setor da beleza como uma forma de diversificarem o seu negócio.
Com uma longa tradição, a Chanel tem-se destacado como líder nesta tendência, com aproximadamente 40% dos seu rendimentos a serem provenientes de produtos de beleza, principalmente de fragrâncias e maquilhagem.
A tendência manifesta-se também noutras marcas: a Celine lançou no ano passado a linha Le Rouge Celine, enquanto que a Prada expandiu o seu portefólio com produtos de skincare e maquilhagem no mesmo ano. Já a Miu Miu estabeleceu uma parceria com a L'Oréal para este ano com o objetivo de desenvolver e distribuir mundialmente produtos de beleza.
Sob a direção de Alessandro Michele, a Gucci relançou a sua linha de beleza em 2019, introduzindo uma coleção de batons. Desde então, a linha cresceu, incluindo uma variedade de produtos de maquilhagem.
A Hermès entrou no mercado de beleza em 2020 com o lançamento de batons de luxo. Posteriormente, expandiu a sua linha para incluir produtos como blushes.
Em maio de 2021, a Valentino apresentou a sua linha de maquilhagem, focada na inclusão e diversidade, oferecendo uma ampla gama de tons para atender a diferentes tipos de pele.
Esta diversificação tem-se mostrado fundamental para as casas de luxo, permitindo que as suas marcas se adaptem às diferentes tendências do mercado de vendas. Estes produtos considerados de entrada, como os cosméticos e fragrâncias, contribuem para uma democratização no acesso ao universo do luxo, mantendo a exclusividade dos seus produtos principais.
