Alexander McQueen outono/inverno 2012 | Fotografia: Gareth Cattermole, Getty
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O dramatismo elegante de Sarah Burton... e o que se segue?

Sarah Burton acaba de chegar à direção criativa da Givenchy e o seu nome há muito integra o panteão da moda, muito graças ao seu impressionante reinado na Alexander McQueen.

Burton não precisa de nos falar sobre o seu trabalho porque é de forma muito natural que o mesmo fala por si. A sua passagem pela Casa de moda britânica fica marcada por propostas que contrastam com a forma modesta com que se apresenta – e, talvez, seja essa simplicidade o segredo por trás de alguns dos designs mais dramaticamente elaborados no século XXI. É um paradoxo delicioso: por fora, simples, por dentro, uma tempestade de folhos, ombros marcantes e narrativas visuais intensas, profundas... que falam alto!

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Quando assumiu o leme da casa McQueen em 2010, após a trágica morte do seu fundador, muitos questionavam se Burton estaria à altura do génio sombrio e provocador de Alexander. E Sarah, com o seu discreto sorriso e estilo despretensioso, respondeu com vestidos que pareciam saídos de contos de fadas... daqueles sem princesas ou outros clichés.

Lembremos, por exemplo, a coleção outono/inverno 2012, na qual Burton transforma simples tecidos em verdadeiras esculturas. Os folhos, os ombros exagerados e as silhuetas dramáticas foram de tal forma hipnotizantes que mais pareciam personagens a saltar de uma pintura renascentista. E o que dizer sobre um dos maravilhosos vestidos da primavera/verão 2013? Com uma saia circular ampla, quase flutuante, e uma estrutura que parecia ser impossível de suportar com tanta leveza. Era como se Burton estivesse a brincar com as leis da gravidade, mantendo o dramatismo, mas de uma forma tão delicada que desafiava a lógica. Uma explosão de camadas e de detalhes intrincados onde o domínio do exagero não descura a elegância.

Claro que um dos momentos mais memoráveis teve lugar em 2011, quando desenhou o vestido de casamento de Kate Middleton. Numa jogada quase maquiavélica, Burton conseguiu misturar a tradição britânica com o tipo de dramatismo que faz da moda um eterno espetáculo – um vestido de rendas refinadas com uma cauda enorme, um subtil McQueen, mas adequado para a futura rainha.

 

Agora na Givenchy, uma casa com um passado igualmente icónico, Sarah Burton promete trazer mais propostas memorávies. E, se continuar fiel ao seu estilo pessoal, não há dúvidas de que estamos prestes a ver uma nova era da Givenchy, com um dramatismo que sempre pisca o olho à simplicidade.

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