Demna Gvasalia
Coolhunting

Demna, o novo criativo... "Father, Son and House of Gucci"

O impensável aconteceu. Demna Gavsalia, o 'enfant terrible' da moda contemporânea, deixou a Balenciaga para assumir o comando criativo da Gucci. E agora? O mundo da moda que se prepare, porque nada será como antes...

Após a saída de Sabato de Sarno, em fevereiro deste ano, está anunciado o novo diretor criativo. A notícia está a ser tão difícil de digerir que, em circunstâncias normais, estaríamos a falar de um outro acontecimento de peso – a saída de Donatella Versace da direção criativa da Versace após 30 anos –  agora isto parece apenas um rodapé na história. Se antes teríamos a saída de Donatella como uma manchete a tremer o setor... Demna na Gucci? O protagonismo foi roubado sem apelo nem agravo. Donatella sai discretamente pela porta da história, enquanto Demna entra de rompante pela frente, e sem pedir licença. Típico. 

A Gucci já foi Tom Ford, Alessandro Michele, Frida Giannini... Cada um com um legado distinto, cada um com um impacto inegável. Mas Demna? Demna é um capítulo que ninguém antecipou, e talvez seja precisamente isso que o torna inevitável. O homem que, navegando em polémicas, tornou as Crocs mais “monstruosas”, que nos deu sacos de lixo a 2 mil euros e elevou o streetwear à arte conceptual… está agora no leme da Casa que, outrora, foi o epítome do glamour (quando ainda se dizia “glamour”) e do maximalismo romântico. Contradição ou golpe mestre? Ambas as hipóteses são possíveis.

O ADN da Gucci em perigo?

A Gucci não é estranha a transformações radicais. Tom Ford deu-lhe um banho de sensualidade e desejo nos anos 90, Alessandro Michele encheu-a de poesia e nostalgia vintage... E agora Demna entra em cena, trazendo consigo a estética do feio intencional, do sarcasmo de luxo e da desconstrução da própria ideia de moda. Pelo menos, é isso que esperamos.

Preparem-se: o monograma GG pode ganhar novos significados, os códigos da marca podem ser distorcidos ou subvertidos, e os desfiles podem tornar-se exercícios de provocação em vez de celebrações do belo. Afinal, foi ele quem fez modelos desfilarem com rostos tapados, vendeu t-shirts com efeito de segunda mão a preços exorbitantes e transformou a Alta-costura numa experiência brutalista. Se a Gucci, sob Michele, era um conto de fadas barroco, agora pode muito bem tornar-se um episódio de distopia.

Ou a mudança que a indústria precisa?

E se for exatamente disto que a Gucci precisa? O luxo tem andado à deriva, preso entre o desejo de inovação e o medo de alienar os consumidores tradicionais. Demna é o choque de realidade que pode redefinir os rumos da indústria. O seu talento para captar o espírito da época – seja pelo comentário social, seja pelo gozo puro e simples – pode transformar a Gucci na marca que dita não apenas tendências, mas conVERSAs.

E há algo de perversamente brilhante nesta jogada. A Gucci, que já foi sinónimo de desejo puro e depois de excentricidade desenfreada, pode agora tornar-se o laboratório onde Demna leva as suas experiências ao extremo, mais além de uma Balenciaga. Quer gostemos ou não, a verdade é que vamos olhar. Vamos falar. Vamos reagir. Porque ignorar Demna é impossível.

Uma era dourada ou um desastre anunciado? Isso só o tempo dirá... Ainda se lembram do monstro sedento? Continuamos a alimentá-lo.

Nécessaire

O match perfeito de Rita Pereira acaba de chegar... à Mercadona

A VERSA é uma romântica incurável. E, sim, acabámos de encontrar o match perfeito entre Rita Pereira e as novidades da Mercadona.

Coolhunting

IOL Footer MIN