Passei as últimas semanas no Brasil e o uniforme dos atletas brasileiros para os Jogos Olímpicos de Paris é tema com espaço na imprensa e nas redes sociais, com vozes mais ou menos especializadas, a discutir se o país não perde uma oportunidade de ouro de posicionar a moda nacional e se está vestido à altura desta competição. Desta. Medalhas à parte. Esta é todo um outro campeonato. E a cerimónia de abertura quase, mas quase uma nova edição da Semana de Moda de Paris. E chamar-lhe um desfile de Athleisure é pouco. A moda e o desporto aqui surgem na versão luxo.
A pressão começou quando o Grupo Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH) anunciou o seu patrocínio aos Jogos Olímpicos de Paris. Os mais luxuosos de sempre como já são apresentados. Com o maior conglomerado de luxo do mundo responsável pelas medalhadas do evento criadas pela Chaumet, com os atletas franceses vestidos pela marca de luxo Berluti na cerimónia inaugural e a competirem, por exemplo, com calções assinados pela Louis Vuitton.
A moda e o luxo fazem parte da cultura da cidade e até nos Jogos Olímpicos reforçam esse posicionamento aos olhos do mundo. E para a LVMH, este acordo histórico é um sprint que aproxima as marcas do grupo de novos consumidores, através de atletas com notoriedade global, ou melhor, símbolos da cultura atual.
E nesta declaração de moda num dos mais importantes palcos do desporto como são os Jogos Olímpicos, há que começar já a distribuir medalhas. E a primeira é para a Mongólia.
Quando os looks criados por Michel Choigaalaa e Amazonka Choigaalaa para a Cerimónia de Abertura foram revelados, tornaram-se, de imediato, virais e os comentários levam a Mongólia ao pódio como o país mais bem vestido em Paris. Um traje que presta homenagem à sua cultura e artes, com silhuetas inspiradas no tradicional deel mongol e com vários símbolos nacionais nos bordados dourados das peças.
Mas no “desfile” que marca oficialmente o início dos jogos, há quem esteja já a torcer também pelo Haiti, com os atletas vestidos com criações da designer Stella Jean que celebram a cultura haitiana e deixam uma mensagem de esperança e renovação num momento marcado pela instabilidade política do país.
Mas também pelo Canadá com looks assinados pela Lululemon, pelos Estados Unidos que voltam a vestir Ralph Lauren, e claro, pelo luxo que acompanha os atletas franceses.
Na cerimónia de abertura das Olimpíadas, os porta-estandartes Fernando Pimenta e Ana Cabecinha levam consigo, através dos seus uniformes DECENIO e bordados à mão, o coração de todos os portugueses a bater pela Equipa Portugal.
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