Maria Bollerup | Fotografia: D.R.
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Mergulhadora Maria Bollerup. "Tive experiências em que o tempo pareceu parar"

Maria Bollerup é mergulhadora profissional desde os 18 anos e hoje dedica-se a estudar os oceanos. À tona de água, a dinamarquesa dá-se a conhecer à VERSA.

Portugal é um país de mar e de ondas gigantes que correm o mundo, em parte graças a Garrett McNamara. Conhecemos bem o surf, a costa que exploramos nos barcos que andam de gruta em gruta, e também o mergulho, atividade que Maria Bollerup conhece como ninguém. 

Há 26 anos que a dinamarquesa faz mergulho, tendo-se tornado profissional aos 18 anos, sem nunca mais parar. Tornou-se um dos nomes mais sonantes na comunidade de mergulho, desenvolvendo trabalhos de arqueologia subaquática, mapeando e recolhendo artefactos de aldeias submersas em cooperação com museus locais

Maria Bollerup é, no fundo, uma exploradora, mas também empreendedora e uma inspiração. A primeira vertente já a levou a trabalhar com a equipa da Expedição Xunaan-Ha no México, num projeto apoiado pela Rolex; a segunda levou-a a criar a Blue Venture Diving, uma agência de viagens de mergulho; e é ainda uma inspiração para a comunidade global Girls That Scuba, da qual se tornou embaixadora, que tem como objetivo criar um espaço inclusivo e de apoio para mulheres interessadas em mergulho. 

Quem é Maria Bollerup?

Tenho 39 anos e um percurso na indústria do mergulho, uma vez que me tornei profissional de mergulho aos 18 anos e desde então trabalho a tempo inteiro nesta área. Divido o meu trabalho entre dar cursos especializados a mergulhadores, trabalhar com destinos de viagem no segmento de backpackers e, mais recentemente, com exploração de cavernas e mergulho de expedição. Fora do mergulho, sou apaixonada por tudo o que conta a história do nosso planeta e dos seres que nele habitam. Geologia, biologia, arqueologia e história fascinam-me.

Quando começou o teu interesse pelo mergulho?

Por volta dos 13/14 anos, fiquei fascinada com a ideia de estar sem peso. Quando fiz o meu primeiro curso, aos 15/16 anos, percebi que o mundo por baixo da superfície era muito mais confortável para mim do que o de cima.

O que te dá o mundo subaquático que nunca encontraste em terra?

Conecta-me instantaneamente com a natureza. Tanto a minha própria como a deste planeta. Tal como nos Diving Talks, o mundo subaquático junto pessoas de todos os percursos de vida. Partilhamos a nossa paixão pelo que está debaixo de água, curiosamente presentes no momento, à procura de formas de transmitir a importância destes ambientes através de histórias inspiradoras e encontros pessoais.

Alguma vez tiveste uma experiência assustadora enquanto mergulhavas? É realmente uma atividade perigosa?

Já tive experiências debaixo de água em que o tempo pareceu parar. O fator humano e a possibilidade de erro estão sempre presentes e podem ser fatais, quer seja dentro de uma caverna ou num recife de coral pouco profundo. Mas, com uma abordagem humilde, não considero o mergulho mais perigoso do que andar de bicicleta em Copenhaga ou andar de TukTuk em Banguecoque. Pelo menos com o mergulho, conseguimos controlar a maioria dos fatores.

 

Por que escolheste especializar-te em cavernas subaquáticas?

As cavernas abrangem tudo o que me fascina. Guardam histórias não contadas do nosso planeta, desafiam as nossas capacidades para nos movermos com segurança num ambiente hostil e alimentam a curiosidade da criança interior sobre “o que estará ao virar da próxima esquina”.

Qual o papel da Blue Venture Diving?

A Blue Venture permite que jovens viajantes se juntem a cursos de mergulho e a mergulhos de lazer em destinos de mergulho ao redor do mundo. Infelizmente, Portugal não é atualmente um destino em que nos focamos para o nosso mercado, mas espero que no futuro o seja.

Ao longo de todos estes anos de mergulho, que sinais encontras que revelam a urgência de preservarmos os oceanos?

As mudanças que testemunhei são especialmente evidentes nos recifes de coral. Voltar a mergulhar em locais ao longo de vários anos deixa claro que os nossos recifes estão sob muito stress a nível global. O branqueamento de corais e a perda de biodiversidade são uma realidade, tal como a grande ameaça que a poluição por plásticos impõe à cadeia alimentar. Precisamos de um foco muito maior na saúde dos nossos oceanos, se queremos garantir o futuro das próximas gerações da humanidade.

 

O que significa Girls That Scuba para ti? Que mensagem tentas transmitir às mulheres?

Girls That Scuba é um canal impressionante e inspirador para mulheres de todo o mundo, que têm uma paixão pelo mergulho e pela conservação dos oceanos. A coragem para quebrar as normas e as barreiras culturais, e para vencer o medo do desconhecido, pode ser inspirada pela coragem dos outros. Ao fazer parte de uma comunidade de apoio, e numa sociedade que se eleva mutuamente, ousamos crescer. A minha mensagem final é: "OUSAR".

Qual é um oceano em que ainda não mergulhaste, mas adorarias?

Oceano Antártico.

Como descreverias o mar em Portugal?

Apenas mergulhei nos Açores, e foi absolutamente MAGNÍFICO! A clareza da água, a vida marinha espetacular e os locais históricos deixaram-me completamente surpreendida.

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