Paez | Fotografia: Instagram @paezshoes
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Novos Mary Jane da Paez? "Um dos produtos que estamos mais desejosos de lançar"

A Paez tem vindo a surpreender nos últimos anos e as novidades não param. O futuro é promissor, tal como conta à VERSA a Diretora Criativa da marca.

As alpargatas são a peça mais icónica e a imagem de marca da Paez, marca fundada em 2007 em Buenos Aires, Argentina, e que já mudou muito nos últimos anos e desde a entrada no mercado português. 

Recentemente, Diogo Vieira Borges tornou-se no novo Diretor Executivo da Paez e Margarida Bustorff, na equipa de produto, passou a ser o braço direito da Diretora Criativa da marca, Carolina Jarnac. 

A VERSA falou com Carolina Jarnac sobre o passado, presente e o futuro da Paez, marca que não quer apenas ser conhecida pelas alpargatas, uma vez que existem um total de nove gamas e mais de 130 referências para usar todo o ano. A estas juntam-se as próximas novidades, dos sapatos Mary Jane em plataforma aos ténis, que querem conquistar o mercado. 

O futuro desta marca? Está na entrevista com a Diretora Criativa e nas imagens da galeria. 

A Paez começou por ser conhecida pelas suas icónicas alpargatas, mas hoje tem um portfólio muito mais amplo. Como tem sido o desafio de equilibrar inovação e identidade da marca ao longo dos últimos anos?

É um desafio constante. A Paez tem uma associação forte às alpargatas e estamos cientes disso, mas quando começámos a desenvolver esta nova era que a Paez está a viver e a nossa estratégia de produto, quisemo-nos focar noutra característica essencial da marca, que não desvirtua o cliente: o nosso conforto. O grande objetivo tem sido elevar essa perceção de conforto em estilos mais trendy e sofisticados, a um preço acessível e competitivo.

Como é que têm feito isso?

Fizemos um trabalho profundo de análise ao cliente, ao mercado e às especificidades técnicas do nosso produto. Descobrimos que, mantendo certas características, como os materiais e silhuetas familiares, conseguíamos criar designs complementares sem perder a nossa identidade. Os Mocassins, por exemplo, são uma evolução mais premium da alpargata. As nossas sandálias utilizam tecidos e cores que já são bestsellers. Fomos crescendo assim: primeiro, em 2021/2022, lançámos produtos de verão ligados às nossas raízes. Depois, à medida que percebemos a aceitação do consumidor, começámos a inovar em solas, tecidos e acabamentos. Hoje, já conseguimos dar saltos maiores na criação de novos estilos e categorias. Quando entrei na Paez, mais de 95% da coleção era composta por alpargatas. Para esta temporada de primavera/verão, e com a entrada da Margarida Bustorff, meu braço direito na equipa de produto, esse número será de 35%. É uma diferença incrível, mas que foi feita com equilíbrio e propósito.

Tendo em conta a formação de base da Carolina, em Comunicação Social e Design de Moda, como é que esta combinação de conhecimentos influencia a sua abordagem criativa na Paez?

É algo influenciada, claro. Ter um background em Comunicação Social deu-me uma capacidade de pesquisa mais apurada e precisa e uma atenção constante ao que está a acontecer no mundo (principalmente na indústria da moda, não vou mentir). Isso faz com que todas as decisões criativas tenham um raciocínio de benchmarking e estratégico por trás. O Design de Moda, por outro lado, trouxe-me a visão de produto e a sensibilidade para interpretar tendências e adaptá-las ao ADN da marca. No dia a dia, essa mistura faz com que eu consiga trabalhar de forma transversal – desde a identidade visual ao desenvolvimento de produto, até ao apoio ao Diretor de Marketing nas suas estratégias.

Para 2025 há muitas novidades, dos Mary Jane aos tecidos. Qual a razão destas novas apostas e como esperam que sejam recebidas?

Tudo nasce do estudo e conhecimento do cliente. Ao percebermos que existem necessidades no mercado, conseguimos que a Paez tenha espaço para crescer, com naturalidade e sem perder a essência. Um dos produtos que estamos mais desejosos de lançar, por exemplo, são as nossas Mary Janes em plataforma. Pegámos num dos nossos bestsellers e demos-lhe um twist para quem procura um pouco mais de altura, algo que nunca desenvolvemos como deve ser na Paez e que sabemos que há cada vez mais procura. As nossas Sandal Bio seguem a mesma lógica. Mantêm a leveza e conforto característicos da marca, mas com um toque mais trendy.

Este ano também apostamos em novos tecidos, como o Turco e o Denim, que trazem uma experiência mais premium, aos produtos que já sabemos que funcionam em termos de vendas. Além disso, vamos apresentar a melhor versão de alguns têxteis-chave que têm tido bastante aceitação, como o Linho, a Microfibra Napa e o Vegan Suede, e vamos utilizá-los em novas categorias. Mas, claro, há sempre um fator de risco – por mais pesquisa que façamos, só quando os produtos chegam ao mercado é que percebemos verdadeiramente a reação do consumidor.

E confirma-se a chegada de ténis à Paez?

Os ténis (ou para nós, a futura categoria Laces) são outro grande passo. Tenho de confessar que não vamos totalmente à deriva para o lançamento deste estilo. A Paez já teve modelos de ténis de verão no passado, antes mesmo de estar sediada em Portugal. Desde a rutura desse stock, temos recebido cada vez mais pedidos para o regresso desse produto. Faz sentido agora porque o mercado de ténis continua a crescer e queremos marcar presença com uma abordagem original, alinhada com o nosso ADN. A nível pessoal, e quero aproveitar para ressaltar, mas estou super curiosa para ver a reação do público às novas Tulipas adaptadas para o verão, com sola de juta e linho fresquíssimo. Estou curiosa para perceber se a categoria terá a mesma aceitação que teve desta coleção passada de Inverno. Mas sou suspeita, porque são as minhas preferidas desta temporada!

A co-criação com artistas e pensadores reconhecidos faz parte da estratégia da marca para este ano. O que pode revelar sobre estas colaborações e como estas parcerias refletem os valores da Paez?

Revelar ainda não posso revelar nada, mas para nós, é mesmo muito importante, como marca de moda, podermos abrir-nos ao mundo, a outras perspectivas, e a stakeholders criativos. Uma marca em 2025 não vive de si mesma, vive em comunidade e nós aqui, como já dito, somos muito impactados por tudo o que acontece à nossa volta. O que posso adiantar é que temos no nosso pipeline nos próximos 24 meses várias colaborações, com personalidades muito diferentes, de maneira que possamos chegar a novos nichos, e a alargar ainda mais a nossa gama de produtos. Por isso têm de ficar atentos, porque vem tudo a seu tempo.

A Paez sempre teve uma forte ligação ao conforto e ao estilo de vida descontraído. Como vê a evolução da marca nos próximos anos e o que podemos esperar do futuro da Paez?

O conforto continua a ser a nossa prioridade, mas o nosso foco está também em desenhar produtos para diferentes momentos da vida – do dia a dia descontraído a ocasiões mais sofisticadas. Eu e a Margarida trazemos perspetivas complementares para a conceptualização das coleções, equilibrando inovação e identidade, o que torna a nossa abordagem mais rica e completa. Nos próximos anos, a Paez vai continuar a evoluir em design e materiais, com coleções de verão e inverno cada vez mais ambiciosas, sempre focadas em melhorar a experiência do consumidor. Além disso, queremos que a inovação caminhe lado a lado com a responsabilidade, reduzindo o impacto da produção e procurando soluções mais conscientes para o futuro da marca.

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