O papado. Uma nobre vocação que remete ao despojamento dos bens terrenos... e, ocasionalmente, à ostentação de um bom gosto digno dos mais exigentes colecionadores de luxo. Afinal, quem disse que não se pode liderar a Igreja Católica em grande estilo?
A propósito das últimas e já muitas acusações ao Papa Francisco – desde heresias a supostos desvios doutrinários – vale lembrar, sem manobras de defesa e porque às vezes é preciso brincar com coisas sérias, que o Pontífice nunca foi visto a dar umas voltinhas num Ferrari.
Em junho de 1988, o mundo assistiu, mais ou menos incrédulo, a uma imagem improvável. Papa João Paulo II, o homem que unia multidões em oração, a passear por Maranello não num simples papamóvel, mas num Ferrari Mondial Cabriolet. Sim, o Papa entrou num Ferrari, com direito a cabrio, mostrando que, se existe um lugar no reino dos céus para os ricos, por que não apreciar os deleites terrenos enquanto se está por aqui?
Claro que o momento se deveu a uma visita à fábrica da Ferrari em Maranello e, considerando a ocasião, o Santo Padre decidiu experimentar a respeitável máquina italiana.
Já a propósito de outros luxos, temos de lembrar o estimado Bento XVI, com seu olhar sério e teologia profunda, a protagonizar, se me permitem, momentos de vaidade. Quem não se lembra dos icónicos sapatos vermelhos Prada? A contrastar com o branco das vestes, é certo que este modelo exclusivo sublinhou a mestria da Casa italiana.
Seja no trono de São Pedro ou no banco de uma Ferrari, se o Vigário de Cristo pode apreciar as coisas boas da vida, talvez seja importante lembrar os fiéis que o vermelho não tem de ser a cor do martírio…