Papa Leão XIV
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Habemus Papa: Porque temos de falar sobre o que veste Robert Prevost na varanda do Vaticano

Há quem defenda, se falássemos de marcas, que o Papa Francisco foi “mais Uniqlo do que Balenciaga”, pelo seu estilo simples e discreto. Como será definido o novo Papa Leão XIV?

Habemus Papa. Ao segundo dia do Conclave, viu-se fumo branco em Roma e, de seguida, na varanda do Vaticano foi anunciado que o novo líder da Igreja Católica será o Papa Leão XIV, nome escolhido por Robert Francis Prevost.

O dia é histórico, e assim que o novo papa faz as suas primeiras aparições públicas em vestes provisórias, começa a preparação para o seu guarda-roupa definitivo. Este processo é extremamente detalhado e especializado, com escolhas específicas de tecidos, cores e ornamentos para peças como a batina, a estola, a mitra e o anel de São Pedro, o que envolve todo um longo e minuncioso trabalho, cumprindo séculos de tradição, um simbolismo profundo.

De acordo com o Vatican News, a responsabilidade de criar o estilo de vários Papas tem sido confiada a mestres artesãos como Filippo Sorcinelli, proprietário do L’Atelier Vesti Sacre, no qual a atenção ao detalhe é comparável ao rigor de uma maison de Alta-Costura.

Foi a Gammarelli, uma das alfaiatarias mais tradicionais de Roma e que veste Papas há mais de dois séculos, a responsável pela imagem com que Leão XIV se apresentou hoje ao mundo. Ainda sem conhecer o nome mais votado no Conclave, criou várias peças em tamanhos diferentes para tudo estar pronto assim que surgisse o fumo branco. 

Ainda não tendo sido nenhuma Casa escolhida para vestir o novo Papa, esta alfaitaria tradicional já produziu mais de 70 peças para anteriores Papas, incluindo casulas de seda que podem custar entre 1.000 e 7.000 euros e que exigem até mil horas de trabalho manual.

São criações que refletem uma ligação profunda com as raízes da Igreja, inspirando-se numa época em que as vestes litúrgicas eram concebidas principalmente para transmitir um simbolismo espiritual e autoridade religiosa, mais do que para impressionar pela riqueza dos detalhes ou pelo luxo dos materiais.

Falamos de moda, mas também, claro, do significado de cada peça. Para começar, temos a batina, a peça branca exclusiva dos papas. Tem 33 botões que representam a idade de Cristo e cinco botões de punho, simbolizando as chagas de Cristo.

De seguida temos o solidéu, o pequeno gorro em forma de cúpula, que também carrega simbolismo e a sua cor varia consoante o nível hierárquico: branco (papa), vermelho (cardeais) e roxo (bispos).

O múleo, os sapatos de couro vermelho feitos à mão, representam o martírio de Cristo, embora o Papa Francisco tenha quebrado esta tradição, optando por sapatos pretos mais simples.

A casula, o manto que cobre a batina durante as celebrações litúrgicas, muda de acordo com o tempo litúrgico: branco para o Natal e Páscoa, vermelho para o Domingo de Ramos, verde para celebrações comuns e roxo durante a Quaresma.

O crucifixo, usado sempre pelo pontífice, simboliza que o líder da Igreja carrega a cruz no coração. Por fim, temos o anel de São Pedro, o símbolo oficial e que representa a missão do Papa como representante de Cristo na Terra. Tradicionalmente, é quebrado após a morte do pontífice para simbolizar o fim do seu papado.

A partir de hoje, cabe ao próprio Papa escolher quem o irá vestir e essa decisão pode dizer muito sobre o seu estilo pessoal e a imagem que quer transmitir ao mundo. Como sabemos, o Papa Bento XVI preferia um estilo mais tradicional e barroco, enquanto o Papa Francisco optou sempre por um guarda-roupa mais simples e discreto, refletindo a sua mensagem de humildade e proximidade.

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