Era um dos desfiles mais aguardados na Semana de Alta-Costura de Paris e a estreia de Alessandro Michele com a sua primeira coleção de Alta-Costura pela Valentino, não desiludiu. Muito pelo contrário.
No cenário histórico e misterioso do Palais Brongniart, o designer apresentou uma coleção onde a sua estética “mais é mais” se traduziu num momento de pura teatralidade, drama, beleza e luxo como se espera da Alta-Costura.
Chamou-lhe “Virtigineux” e a coleção primavera/verão 2025 da Valentino junta o olhar criativo e irreverente de Alessando Michele ao preciosismo artesanal da Casa italiana.
Através da moda, Michele criou uma narrativa fluida entre o passado e o presente. Das criações com texturas e detalhes a lembrar épocas passadas aos modelos de diferentes gerações, que desfilaram e criaram pontes temporais, à referência ou reverência histórica, porque a história sempre o inspirou. Em contraste com a modernidade da tecnologia que também fez parte (e muito) do desfile.
Depois do romantismo etéreo de Pierpaolo Picciooli, o novo diretor criativo traz agora à Valentino um maximalismo eclético, a nostalgia e a opulência excêntrica, mas que surge como uma evolução natural numa Casa reconhecida pela sua elegância aristocrática.
Os mais de 40 looks inspiram-se n´”A Vertigem das Listas” de Umberto Eco e “é como se cada vestido evocasse uma pluralidade de palavras e mundos interligados” explica a Valentino. Através de bordados minuciosos que se vestem dos pés à cabeça, em saias que ganham novas proporções e interpretações, em laços, tules e acessórios cobertos de cristais.
Cada peça desta coleção que é, para já, um dos grandes momentos nesta Semana de Alta-Costura, parece contar e verbalizar nas palavras que acompanharam o desfile, a sua própria história. E a de Alessandro Michele na Valentino parece só estar a começar.
Vê a galeria de imagens com alguns dos melhores momentos deste desfile.