Body shop ativismo
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A Body Shop inventou o ativismo na cosmética

A marca de cosmética vegan junta-se agora à ONU para amplificar a voz dos mais novos na Política. “Educa-se as pessoas despertando as suas paixões", diz a sua fundadora. Desculpa para contar um pouco da história da Body Shop no ativismo, pelos Direitos Humanos, pelo Planeta, pelo lado certo da vida.

Ainda a palavra vegan era uma curiosidade, rara e conotada com os yogis, os jovens straight edge do punk e meia dúzia de outros tantos "malucos", já a Body Shop produzia cosméticos excelentes sem recorrer a testes animais. Isto foi há 35 anos, um passo visionário, a marca cedo acreditou que cada um de nós pode fazer a mudança que quer ver no mundo e foi dando uma ajudinha.

Recorde-se que além de ser cruelty-free e de ter lutado contra os testes em animais, em 1991, naquela que foi a mais icónica das suas campanhas, Stop animal testing, a marca entregou uma petição assinada por quatro milhões de pessoas na União Europeia, e em 1998 alguns países, como o Reino Unido, onde nasceu a Body Shop, mudaram a sua lei.

Mas já antes, em 1986, a Body Shop juntara-se à Greenpeace para salvar as baleias de vias de extinção, pela sua caça constante e absurda; em 1988, apoiou vários grupos ambientais para falar de alterações climáticas e numa campanha, também com a Greenpeace, chamou a atenção para a destruição da camada de ozono. Também foi pioneira na defesa da Amazónia, em 1989, levantando a voz com “Stop the burning”, e recolheu quase um milhão de assinaturas contra as queimas na floresta tropical, e depois para travar a construção cega de barragens no Brasil.

Mais tarde, em 1997, fez campanha pelos direitos do povo Ogoni junto do seu regime ditatorial e muito perseguido por protestar contra a exploração da sua terra natal por parte da multinacional de petróleo e gás Shell. Os produtos Body Shop nem sequer se vendiam na Nigéria. Fez ainda campanha pelas energias renováveis, e investiu nelas financiando projetos de eficiência nos países mais pobres, e o mesmo se passou na consciencialização do HIV, ao lado da MTV. Esteve na luta contra o tráfico de crianças e jovens e é claro que trabalha segundo as regras do Comércio Justo e próxima das comunidades.

No fim dos anos 90 esteve ainda ao lado das mulheres na luta contra os estereótipos de beleza com Ruby, uma boneca curvy que representa a maioria feminina no mundo, inspirando um grande debate mundial sobre a beleza feminina – e que só agora parece começar a surtir algum efeito. Nos anos zero, seria a luta contra a violência doméstica em 50 países no mundo, e foi a mais longa campanha de todas, durou 10 anos, inspirando vários programas de contratação inclusiva no mundo.

Em 98 esteve com a Amnistia Internacional para dar visibilidade aos ativistas pelos Direitos Humanos em todo o mundo e levou os seus colaboradores ao voluntariado. A campanha juntou três milhões de pessoas em 34 países e conseguiu libertar 17 de 30 prisioneiros de consciência.

A lista é infindável. E culmina quando a Body Shop cria o certificado B Corp, um selo de qualidade para as empresas que obedecem aos mais altos padrões de performance social e ambiental, porque segundo a fundadora da marca, a incansável dame Anita Roddick: “As empresas moldam o mundo” e “são capazes de mudar o mundo de quase todas as maneiras que se possam imaginar.”

Agora que todas as marcas caminham a par da proteção do planeta, sob o risco de serem excluídas, e até já existem prémios de sustentabilidade para a cosmética, a Body Shop leva o seu ativismo, mais uma vez, onde é preciso: à participação política das novas gerações. Os mais bem estudados e preparados jovens de sempre, mas também os mais alheados e mergulhados nos écrans. Foi precisamente a Ecologia que juntou os mais jovens para levantar a voz, e apoiar causas sociais e políticas como o #metoo e o #blacklivesmatter. E é só o começo, queremos acreditar.

A campanha Be Seen, Be Heard foi pensada em colaboração com a Enviada do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Juventude, e tem como objetivo: “Fazer ouvir as vozes dos jovens durante os processos de tomada de decisões políticas”, em mais de 75 países de todo o mundo. Isto porque, segundo dados da ONU, “76% dos jovens sentem que os políticos não os escutam e 82% das pessoas de todo o mundo acreditam que os sistemas políticos precisam de uma reforma drástica para estarem preparados para o futuro”. Por isso, em Portugal, a Body Shop une-se ainda ao Movimento Transformers cuja missão é aumentar de forma massiva o envolvimento cívico da sociedade portuguesa, aqui e no mundo. Como diz, sabendo, a fundadora da Body Shop: “Educa-se as pessoas despertando as suas paixões.”

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