O verão é, para muitos, a altura mais desejada do ano, mas bem sabemos que para o corpo e cabelo por ser a mais desafiante. São expostos à luz solar, à água do mar, ao cloro da piscina e ainda sujeitos à transpiração. Mas especificamente no que toca ao cabelo, será esta a altura mais ameaçadora para a saúde do mesmo?
"O verão é a estação do ano que tem maiores agentes agressivos para o cabelo, como a excessiva exposição ao sol, à água do mar e piscina e vento, por exemplo, mas o outono é a estação do ano em que a queda de cabelo é maior. Depende assim do que entendemos por estação do ano mais ameaçadora. O verão estraga e no outono cai", diz à VERSA a médica e diretora clínica da Insparya Lisboa (especializada em saúde e transplante capilar), Joana Sousa Coutinho.
Apesar de ser sabido que o verão estraga, há ainda assim medidas que podemos tomar para que o prejuízo não seja tão acentuado. Na praia e no dia a dia, toma nota das dicas de Joana Sousa Coutinho.
Na praia ou piscina
A água do mar é conhecida por ser quase como um remédio natural do verão, dado que é rica em sais minerais e proteínas, mas tal não se aplica quando falamos de cabelo. "Apesar da água da piscina ser ainda mais nociva para o couro cabeludo e para o cabelo, a água do mar também contribui para piorar a saúde capilar", em parte devido ao sal, que deixa o cabelo quebradiço, nota a especialista em saúde capilar.
Contudo, uma vez que não faz sentido evitar os mergulhos, há outras medidas alternativas, como saber quando ter o cabelo apanhado ou solto.
"Não devemos ter o cabelo apanhado ao secar, mas sempre que seco e ao vento é benéfico estar apanhado. Podemos usar um chapéu para proteger o couro cabeludo, pois os raios solares podem danificar o cabelo ao torna-lo mais seco e ao criar aberturas na cutícula capilar, pelo que toda a proteção não é demais para um cabelo são", frisa.
Quanto a um protetor capilar, Joana Sousa Coutinho defende que "deve aplicar-se sempre".
No dia a dia
No dia a dia podemos não ter as agressões normais da praia ou da piscina, mas há outras, como é o caso da transpiração, que "causa a lubrificação dos cabelos, especialmente na área das raízes, deixando-as oleosas". O ideal?
"Devemos lavar o cabelo sempre que transpiramos, pois a transpiração aumenta a oleosidade do cabelo e isto prejudica a saúde capilar", diz a médica.
Surge assim uma solução e ao mesmo tempo coloca-se um problema relacionado com o facto de a dica implicar que o cabelo seja lavado com maior frequência, quem sabe até todos os dias. Será que podemos?
"Devemos banir o mito de que lavar o cabelo todos os dias faz com que ele caia. Porque é exatamente o oposto: um couro cabeludo oleoso favorece a perda de cabelo", começa por dizer.
A especialista acrescenta que, mesmo que diariamente, o cabelo deve ser lavado sempre "depois da exposição à água do mar e da piscina" e, depois, seco adequadamente.
"É essencial secar o cabelo com o secador para garantir a boa saúde do mesmo e do couro cabeludo. A maneira mais segura de o fazer é, após remover a humidade com a toalha, secar com secador sempre a baixa temperatura e mantendo uma distância segura para não danificar o cabelo. Devemos evitar deixá-lo molhado, mesmo no verão, pois tal é uma má prática para a saúde capilar".
Ponto por ponto, as rotinas imprescindíveis
– Antes de entrar numa piscina, passar por um chuveiro de água canalizada, pois assim vamos molhar todo o cabelo com uma água limpa e, desta forma, o cabelo não vai absorver tanta água da piscina, ficando menos exposto a esta agressão;
– Ao sair da piscina, passar o cabelo novamente por água canalizada;
– A hidratação é muito importante. Devemos beber muita água ou chá e cumulativamente escolher champôs nutritivos que contenham aveia, aloé vera e algas marinhas. Deve também fazer-se uma máscara hidratante;
– Optar por linhas solares, exatamente para proteção do cabelo nesta altura do ano;
– Logo a seguir às lavagens, secar o couro cabeludo e a raiz do cabelo. O secador deve estar na primeira posição de calor ou a frio e a um palmo de distância do couro cabeludo.