Creme facial | Fotografia: Pexels
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O que faz a vitamina A pela tua pele? Eis o que precisas saber

Um sistema imunológico forte e saudável depende muito da vitamina A mas, em excesso, ela pode ser prejudicial. André P. Lourenço, especialista em Medicina Geral e Familiar, explica-nos tudo.

A vitamina A é uma vitamina lipossolúvel com várias funções importantes no nosso organismo: renovação e diferenciação celular; desenvolvimento embrionário e fetal; hidratação e saúde ocular; desenvolvimento e formação óssea; reforço do sistema imunológico; integridade e renovação da pele e mucosas; cicatrização de feridas.

É um micronutriente que provém dos retinóides, obtidos em alimentos de origem animal (leite humano, fígado, gema de ovo,entre outros) e inclui o retinol, e dos carotenóides (provitamina A), que têm propriedades biológicas importantes, incluindo atividades antioxidantes e fotoprotetoras, que podem ser obtidos através de fontes de origem vegetal (vegetais verdes e amarelos, frutas amarelo-alaranjadas, óleos e frutas oleaginosas) e inclui o beta-caroteno.

O défice de vitamina A pode-se manifestar como deficiência subclínica ou como deficiência clínica, sendo mais frequente nos países subdesenvolvidos. Carateriza-se por sintomas diversos, tais como diarreia, cegueira noturna, olhos secos e problemas da pele e mucosas, entre outros.

Quais os benefícios conhecidos da vitamina A e dos seus derivados para a pele?

Entre os principais destacam-se:

  • o controlo da acne (regulando a produção de sebo, diminuindo a inflamação e estimulando a renovação cutânea)
  • a redução de linhas e rugas finas e melhoria da elasticidade e firmeza (estimulando a produção de colagénio, elastina e angiogénese)
  • a redução e controlo de alterações pigmentares (aumentando a renovação celular e diminuindo o risco de hiperpigmentação)
  • o controlo da psoríase e outras patologias cutâneas

As três formas de vitamina A (retinol, retinal e ácido retinóico) que coletivamente são conhecidas como retinóides

A forma “ativa” da vitamina A na pele reconhecida e utilizada pelos recetores é o ácido retinóico, também conhecido como tretinoína. O ácido retinóico (tretinoína) regula o crescimento e a diferenciação dos queratinócitos da pele, responsáveis pela sua estrutura e função de barreira protetora. Embora seja reconhecida a sua eficácia na redução do fotoenvelhecimento, hiperpigmentações, linhas finas e rugas, esta forma específica de vitamina A também é muito irritante e com potenciais efeitos teratogénicos. Por essas razões, é proibida a utilização do ácido retinóico/tretinoína em cosméticos, sendo o seu uso reservado apenas para produtos sujeitos a prescrição médica. 

Os tipos de vitamina A encontrados em cosméticos

Retinol: a forma mais popular de vitamina A em skincare, com comportamento semelhante ao ácido retinóico, podendo ser bastante irritante. A sua concentração nos produtos é limitada e variável entre países, não sendo utilizado em produtos de higiene cutânea.

Retinaldeído: é facilmente convertido na pele em ácido retinóico e também oferece benefícios muito semelhantes, mas com menor irritação.

Propionato e Acetato de Retinol: menos irritantes e mais estáveis que o retinol, com desempenho semelhante.

Palmitato de Retinol: muito menos irritante que o retinol e mais estável em fórmulas, mas com uma ação mais suave e controlada.

Os efeitos laterais associados ao uso da vitamina A podem ser vários, incluindo a irritação cutânea, secura e fotossensibilidade. Sendo assim, os cosméticos com vitamina A devem ser usados com precaução em peles sensíveis ou reativas, e evitados em peles com hipersensibilidade ou alergia a este componente, assim como em peles de bebés ou crianças.

Devem ser também evitados em mulheres grávidas, a realizar tratamentos de fertilidade ou a amamentar, já que existem outras alternativas no mercado mais seguras para estes casos. Por último, estes produtos são desaconselhados em indivíduos com infeções ativas na pele ou reações inflamatórias não esclarecidas.

O que não deves usar juntamente com o retinol e derivados

Alfahidroxiácidos (como o ácido glicólico) e Betahidroxiácidos (como o ácido salicílico), pois podem causar uma irritação e secura acrescida à pele

Vitamina C, que deve ser usada preferencialmente de manhã e com um pH mais ácido, ao contrário do retinol que deve ser usado num pH mais alcalino e preferencialmente à noite

Peróxido de Benzoílo, já que podem cancelar mutuamente o seu efeito

O uso de vitamina A ou derivados deve ser iniciado de forma pausada e progressiva. O primeiro passo deve ser sempre a limpeza da pele com um produto apropriado e não agressivo.

Em segundo lugar, deve-se priorizar sempre a hidratação cutânea prévia (por exemplo com um sérum de ácido hialurónico), com vista a diminuir o risco de irritação cutânea posterior. A mesma hidratação pode também ser reaplicada após o retinol, se o paciente sentir necessidade.

Em terceiro lugar, é aconselhado optar inicialmente por formulações mais suaves e com uma menor concentração de retinol ou derivados, para uma adaptação progressiva da pele. A dose inicial deve ser mais ou menos do tamanho de uma ervilha para toda a face, sendo aplicado de três em três dias na primeira semana. Se houver boa tolerância da pele, pode ser aumentada a aplicação para dias alternados nas semanas seguintes, antes de passar para um esquema de uso diário.

Vê também quais são os nove produtos com vitamina A que deves experimentar, recomendados pelo Dr. André P. Lourenço.

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