Fotografia: Gary Gershoff, Getty | Edição de imagem: Versa
Controversa

Até onde vai a responsabilidade de Gwyneth Paltrow na nossa dieta?

No topo das pesquisas destes últimos dias está o nome de Gwyneth Paltrow, não só pelo caso mediático que agora a coloca em tribunal, como por outras matérias indesejadas.

E não foi nenhuma vela com aroma a vagina que agora lhe mereceu a atenção da Internet, ainda que a controversa continue a ser o seu prato favorito. Desta vez, é a sua dieta que está a inquietar muita gente.

Há um termo muito em voga nos últimos tempos que, mesmo não sendo novo, tem vindo a ser introduzido nas mais diversas áreas pela crescente preocupação com a saúde mental e física. "Wellness”, ou bem-estar, para os pouco fixes que não atendem a estrangeirismos. E há muito que Gwyneth Paltrow se tornou uma espécie de porta-voz nesta matéria, principalmente desde 2008, quando lançou a Goop, uma plataforma que, além de variados produtos, também vende conceitos sobre um dito estilo de vida saudável.

E se Gwyneth é uma referência de “wellness”, claro que todos se interessam pelas suas escolhas. Nesse sentido, a empresária foi recentemente convidada a falar sobre o seu estilo de vida no podcast The Art Of Being Well. Revelou mais uns quantos dos seus rituais inusitados e falou das escolhas alimentares. Uma dieta que não caiu bem a quem assistiu à conversa.

Não foi o jejum intermitente que inquietou a audiência, mas, sim, o cardápio demasiado limitado. O jantar é por volta das 18h para que a partir das 19h comece cumprir um jejum intermitente de 17 horas e, por volta das 12h, segue-se a primeira “refeição”: café e sumo de aipo com limão, para “não aumentar os níveis de açúcar”.

Ao almoço, chega qualquer coisa mais consistente, uma sopa, mas não esperem uma sopa da pedra. Gwyneth prefere um caldo leve feito à base de ossos. Já ao jantar, é a dieta Paleo que reina e, por isso, tenta comer muitos vegetais.“É realmente importante para mim fazer um género de detox”, explica, depois de revelar que a isto soma uma sauna com infravermelhos e exercício físico diário, como Pilates.

 

Não é a primeira vez que as dietas da atriz fazem soar alarmes, e ainda nos lembramos de quando disse que não dava hidratos de carbono aos filhos, mas por que razão tanto incomoda a alimentação da atriz? Os julgamentos viajam muito depressa entre pontas opostas. É tão fácil imputar-lhe a responsabilidade pelo nosso bem-estar quanto é recursarmos-lhe qualquer culpa na forma como nos sentimos. Afinal, é ela quem come o caldo.

Mas, numa era em que a autoestima e a saúde mental são temas de cariz urgente, uma figura com a influência de Gwyneth e que encaixa em todos os padrões de beleza que há anos nos assombram deveria ter uma responsabilidade acrescida. É importante relevar como a sua abordagem a uma dieta aparentemente parca pode impactar a autoimagem de quem a segue, assim como promover uma relação perigosa com a comida. E atenção que, sem autoriedade médica, não assumimos que o prato de Gwyneth deveria estar mais cheio, mas o que se diz é muitas vezes mais tóxico do que o que se come.

A abordagem de Gwyneth é perigosa e acresce a lista de tantas outras que alimentam uma problemática cultura de imagem. Talvez não seja preciso cancelar Gwyneth, mas um distanciamento pode ser saudável.

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