Podemos falar em tendências de óculos de sol, mas há uma fundamental que devemos seguir: a tendência de fazer o melhor pela nossa saúde, incluindo dos olhos. Por isso mesmo, é preciso ter em conta quais os melhores óculos de sol a usar, especialmente no verão, altura em que nos expomos mais ao sol.
Neste sentido, a VERSA fez várias questões ao oftalmologista Eugénio Leite, diretor das Clínicas Leite, que revela todos os fatores a ter em conta no momento de escolher uns óculos de sol, incluindo aqueles que são vendidos em lojas de fast fashion. Será que protegem mesmo? É uma das grandes dúvidas e agora respondida.
Antes de seguires as tendências que ficam melhor com os looks, segue as recomendações do especialista.
De que forma podemos proteger os olhos no verão?
Para que os óculos de sol protejam os olhos dos raios UVA, devem ser sempre de boa qualidade e bloquear 100% todos os tipos de UVA (e atenção que nem todos os óculos bloqueiam a 100%). O mesmo princípio aplica-se às lentes com graduação, que devem ter sempre filtros que bloqueiem os UVA.
De forma sumária, os óculos de sol devem apresentar as seguintes características básicas:
1. Bloquear entre 99 a 100% da radiação UVA e UVB
2. Filtrar entre 75 a 90% da luz
3. Não ter distorção ou imperfeição
4. Ter um reconhecimento de cor apropriado
No que toca a óculos de sol, qual o melhor tipo de lentes (polarizadas, espelhadas, de cor uniforme, degradê, fotocromáticas)?
O segredo para a escolha de óculos de sol perfeito está em encontrar as lentes que melhor se adaptam ao objetivo. As lentes devem ajustar-se corretamente ao rosto, serem esteticamente agradáveis para as pessoas e ajudarem a corrigir quaisquer erros refrativos, se existirem. Mas o mais importante: devem proteger os olhos contra os raios UV nocivos.
Há três fatores importantes a considerar ao escolher as lentes dos óculos de sol: material da lente, cor da lente e tratamento da lente.
Quanto à cor das lentes, existe alguma melhor (castanhas, pretas, etc)?
As lentes coloridas têm vantagens em tarefas ou ambientes específicos. Mas não confundir cor e polarização, porque lentes polarizadas podem ter cor ou não. Estas têm como objetivo reduzir o encadeamento e aumentar a visibilidade e o conforto, mas corremos o risco de reduzir a leitura em ecrãs LCD ou LED e/ou telemóveis. Por isso, não são recomendadas para pilotos ou profissionais que lidam com este tipo de monitores, por exemplo.
No que toca a cor, confirma qual a mais adequada para cada utilização.
Vermelho ou rosa: bom contraste entre os objetos e fundos azuis ou verdes (mar ou campo). Recomendado para jogadores de golfe e para quem pratica caminhada, vela e outros desportos aquáticos. Queres melhorar a perceção de profundidade e visão de detalhes? Procura óculos de sol com lentes cor-de-rosa. Aumentam o contraste em condições de pouca luz e reduzem a fadiga ocular e podem ser usadas por quem passa muito tempo ao computador, porque reduz o cansaço e o encadeamento. Mas, distorcem a perceção das cores.
Laranja: absorvem os espectros de luz azul e verde e reduzem a fadiga visual. Obtém-se um bom contraste em situações de baixa luminosidade. Adequadas para os fins de tarde, com nevoeiro ou com céu nublado, ou para desportos de interior.
Amarelo: ajudam a melhorar o contraste em condições de luz mais baixa, logo, potenciam a luz e melhoram o contraste em dias nublados ou com nevoeiro. São as únicas lentes recomendáveis para conduzir com baixa luminosidade. Nada aconselháveis para conduzir em dias solarengos, pois podem causar confusão nos semáforos, já que distorcem as cores.
Verde: são as lentes ideais para o uso diário, pois ajudam a reduzir o brilho enquanto simultaneamente tornam as sombras mais brilhantes. Recomendadas também para quem sofre de hipermetropia, ou seja, vê mal ao perto, e para quem pratica desportos náuticos. Estas lentes aumentam moderadamente o contraste de cores e reduzem a claridade ou luminosidade.
Azul: provavelmente, são as lentes mais populares, mas nada recomendáveis quando há muito sol e muito menos para conduzir. Aumentam o contraste e podem ser usadas em condições de menos sol. Embora não sejam tão eficazes na redução do brilho, as lentes azuis ou roxas são excelentes para reduzir os reflexos.
Castanho: Filtram as radiações azuis e potenciam as cores vermelhas. Indicadas em caso de miopia e após uma cirurgia refrativa (correção de miopia, astigmatismo e hipermetropia). Adequadas para conduzir e para praticar desportos ao ar livre, exceto aquáticos. Em cenários de luminosidade menos intensa, diminuem o encadeamento e aumentam o contraste e a perceção de profundidade e das distâncias. Para uma clareza incomparável com distorção mínima, as lentes castanhas são uma ótima opção para o dia a dia.
Cinza: As lentes pretas ou cinzentas ajudam a reduzir o brilho, mantendo as cores verdadeiras. Devem proporcionar conforto, mas se forem demasiado escuras alteram as cores naturais dos objetos e a própria acuidade visual.
Se só podemos ter uns óculos de sol, qual é então a melhor opção?
Decidir entre:
1. Verde são as lentes ideais para o uso diário, pois ajudam a reduzir o brilho enquanto simultaneamente tornam as sombras mais brilhantes.
2. As castanhas fornecem maior contraste e são eficazes em todas as condições de luz. Para distorção mínima, as lentes castanhas são uma ótima opção para uso diário.
3. As cinzentas ajudam a reduzir o brilho, têm alta redução de luz e mantêm as cores verdadeiras. Válidas com qualquer luz.
Dependendo do formato dos óculos de sol, podemos ter maior ou menor proteção? (exemplo: formato cat eye Vs. maxi)
O ideal é optar por um formato envolvente de óculos que proteja olhos e pálpebras.
Óculos de sol de marcas de fast fashion ou outras fora das Óticas protegem mesmo?
Provavelmente não, pois não respeitam, nem apresentam os certificados de qualidade de produção ou respeitam as normas vigentes. Será sempre melhor optar pela escolha em Ótica, onde estes padrões são tidos em consideração e efetuar sempre uma consulta prévia com um oftalmologista.
Os olhos merecem o investimento nuns óculos de sol com todos os requisitos, no controlo do oftalmologista, pois a visão futura depende de como a protegemos.