Hiperidrose | Edição: Vasco dos Santos
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Quando suar demasiado se torna um problema, a Versa encontra uma solução

Inês Marques Mayworm, médica de clínica geral e familar, especialista em medicina estética da Clínica Forjaz e Avenue Clinic em Lisboa, explicou à Versa tudo sobre hiperidrose.

Transpirar, especialmente em dias muitos quentes ou quando realizamos atividades físicas, é natural. Afinal, o suor é necessário para regular a temperatura do organismo. Mas transpirar excessivamente, sem motivo aparente, pode indicar um problema sério.

Quando as incómodas manchas de suor teimam em aparecer para encharcar e manchar a roupa, esteja calor, frio ou assim assim ou, em casos mais graves, ter constantemente as mãos a pingar, impossibilitando a realização das tarefas diárias, pode indicar que tenhas hiperidrose.

Esta é uma doença que se caracteriza por uma sudorese ou transpiração excessiva, que pode ser acompanhada de um odor desagradável. E atinge mais pessoas do que habitualmente se pensa.

A Academia Americana de Dermatologia, estima que a hiperidrose atinja 2% da população mundial e que a versão primária desta doença represente mais de 90% dos casos. Pensa-se que cerca de 150 mil portugueses sofram de hiperidrose.

“O tipo de hiperidrose mais comum, a primária, caracteriza-se por uma estimulação excessiva das glândulas de suor devido a um inapropriado funcionamento do sistema nervoso autónomo, enquanto que a secundária detém uma patologia de base, como distúrbios hormonais, neoplasias ou infeções. Também pode estar associada ao uso de fármacos, como antidepressivos, causando a hiperprodução de suor”, explica Inês Marques Mayworm, médica de clínica geral e familar, especialista em medicina estética.

“Não só pelo constrangimento social, mas também pelo desconhecimento das opções terapêuticas, quem sofre desta doença procura ajuda só quando atinge uma fase muito avançada, na qual não só existem danos materiais, como roupa danificada, como, e sobretudo, isolamento social”, acrescenta.“Esta é, sem dúvida, uma patologia subdiagnosticada devido ao embaraço social e devido à subjetividade dos sintomas”, alerta a médica.

Há tratamento?

Para quem não sabe, sim, há tratamento. “A primeira fase passa por anular todos os fatores que possam levar a um aumento de transpiração. Recomenda-se o uso de roupas largas e de fibras naturais, seguindo-se a aplicação de antitranspirantes ricos em cloreto de alumínio, de uso limitado, cerca de 6 semanas, devido aos efeitos secundários como a irritação local”, explica a Dr.ª Inês.

Se estas abordagens iniciais não forem suficientes, “pode ser recomendada a aplicação intradérmica de toxina botulínica que, com recurso a anestesia tópica ao nível das axilas, é um tratamento bem tolerado, com uma redução significativa da produção de suor em 1 a 2 semanas após a aplicação, com durabilidade até cerca de 6 meses, altura em que o suor regressa gradualmente, podendo o tratamento subsequente ser realizado nessa altura”.

“O tratamento mais promissor para a hiperidrose axilar consiste na tecnologia controlada na região das axilas de aplicação de energia térmica focada para a eliminação das glândulas sudoríparas, exemplo: miraDry®, podendo ser realizadas uma a duas sessões, com reduzido tempo de recuperação, tem sido das terapêuticas com maior grau de satisfação”, acrescenta.

Ao nível das palmas das mãos e plantas dos pés, “a aplicação de toxina botulínica é bastante menos tolerável, sugerindo-se a utilização da iontoforese, exemplo: PalmaDry®, que consiste na imersão das plantas e palmas num recipiente com água ligada à corrente elétrica. Recomendam-se sessões diárias de 30 minutos até controlo da sudorese, mantendo depois sessões de manutenção a cada 2 ou 3 semanas em alguns pacientes”.

“Se ainda assim nenhuma destas técnicas resultar, é possível recorrer à opção cirúrgica, ou à simpatectomia torácica superior. No entanto, o grau de complicações associada à cirurgia, bem como os efeitos secundários como a hiperidrose compensatória, ou seja, sudorese em qualquer parte do corpo que não era habitual antes da cirurgia, como tronco, pernas, abdómen, coxas, virilhas, faz com que esta opção não seja habitualmente escolhida”, conclui.

O que é certo é que a hiperidrose tem um grande impacto na vida de quem vive com ela, pelo que requer uma atenção especial. Nestes casos, procura aconselhar-te junto de um medico especialista.

Até lá, fica com algumas dicas que podes aplicar no dia a dia:

Usa antitranspirantes

Pode parecer um conselho óbvio, mas a verdade é que nem sempre escolhemos o produto adequado. Os desodorizantes comuns podem até acabar com o odor, mas não tratam a transpiração excessiva nas axilas. Um bom antitranspirante protege contra o suor e ainda combate as bactérias que causam o mau cheiro.

Escolhe roupa adequada

Sempre que possível, opta por roupas mais leves e de cores claras, tecidos mais arejados, como o algodão. Evita peças sintéticas, de seda, impermeáveis e de plástico.

Seca-te bem após o banho

Certifica-te de que estás totalmente seco/a antes de te vestires. Isso é válido especialmente para quem costuma tomar banhos quentes ou para quem mora em regiões quentes e de clima húmido.

Mantém-te hidratado

Quem bebe mais água vai suar mais? Nem por isso. Uma boa hidratação ajuda a manter a temperatura do corpo equilibrada e, consequentemente, evita o suor excessivo.

Depila as axilas

Manter as axilas livres de pelos pode ajudar a reduzir o suor excessivo.

Evita alimentos que estimulam o suor

Como apimentados, condimentados, bebidas alcoólicas ou à base de cafeína. Opta por alimentos leves e que não sobrecarregam o organismo, como vegetais, frutas e aveia, por exemplo.

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