Os homens estão mais atentos à estética e beleza do que nunca e até a empreender nesta área. Basta ver os exemplos de Brad Pitt ou Jared Leto, que lançaram produtos de skincare no mercado. Mas os cuidados vão além do que permite aos homens ter uma pele perfeita e a procura por serviços de estética mostra como o paradigma está a mudar.
As mulheres sempre se trataram mais e nos homens isso era mal visto. Hoje em dia acho que até é o contrário. Há um peso das mulheres sobre os homens para que eles se tratem. E eu vejo muito isso. Eles vão muitas vezes acompanhados às nossas lojas e tem graça que se vê que foram elas.
Filipa Muñoz de Oliveira, fundadora da Wiñk, sabe melhor do que ninguém o que querem os homens de hoje, em particular no segmento dos 20 aos 50 anos.
Quando a marca surgiu há 15 anos, com o primeiro quiosque em 2007 no Centro Comercial Amoreiras em Lisboa, eram poucos os que procuravam os serviços de estética de pestanas e sobrancelhas da marca 100% portuguesa.
De uma forma um bocadinho orgânica, os homens começaram a procurar os nossos serviços. Na altura não tínhamos os serviços muito para homem e lembro-me de uma vez me ligarem porque tinham um senhor que queria fazer as maçãs do rosto, por cima da barba. E eu pensei: ‘Nem sei quanto vamos cobrar, porque não temos este serviço’.
Atualmente, com 36 espaços Wiñk em Portugal, a todos eles acede um número cada vez maior de homens.
A mudança de paradigma
Se no início eles eram quase como que empurrados pelas namoradas ou mulheres, hoje o mesmo já não acontece.
No início tínhamos pouquissimos homens e eram muito as namoradas que os levavam. Antes, muitos deles faziam nos barbeiros, aparavam. Hoje em dia vê-se uma alteração enorme. Temos miúdos desde os 15/16 anos que vão com as mães, muitas vezes só limpar. Há miúdos cada vez mais novos que vão sozinhos e já não há tanta vergonha, refere a fundadora da marca.
Objetivo: naturalidade
O público português não é muito arrojado no que diz respeito à beleza e este aspeto é comum a homens e a mulheres. Em contacto com a realidade todos os dias, a fundadora da Wiñk revela o panorama.
Nós, como povo, digamos, somos muito conservadores na forma como nos arranjamos, mesmo em comparação com o mercado espanhol ou brasileiro, e acho que isto é válido para as mulheres também”, começa por dizer à Versa. “Gostamos de tudo o mais natural possível. Normalmente, o homem quando nos procura pede para darmos um jeito, como eles dizem, mas que pareça limpo. Querem estar bem e que não pareça muito arranjado. No fundo, uma beleza natural.
On fleek: sobrancelhas
Hoje em dia, na Wiñk entram homens abaixo dos 30 anos, de forma muito natural, ao contrário de homens com 50 anos, que são ainda poucos. Mas seja qual for a idade, há um padrão.
Eles procuram muito as sobrancelhas. As dos homens são muito mais pesadas. A maior parte deles vai limpar. Nós não desenhamos, a não ser que eles nos peçam para fazer um desenho de sobrancelhas diferente. O objetivo da Wiñk, e muito do que fazemos para homem, é deixar o mais natural possível, de forma só a aliviar o peso que normalmente as sobrancelhas têm, refere a fundadora da marca.
O potencial da estética que os homens ainda podem explorar
A estética não se resume às sobrancelhas, assim como os serviços da Wiñk. A oferta vai mais além e a fundadora destaca aquilo que os homens ainda podem fazer para se sentirem bem, sempre de forma natural.
Temos alguns serviços que normalmente as mulheres fazem e os homens não. Por exemplo, um serviço que provavelmente só dois homens fazem entre todos os clientes, são as pestanas. Não é extensão de pestanas. É preencher quando sentem que têm poucas pestanas naturais. Isso é um serviço que a maior parte dos homens não faz e pode ser uma área a crescer”, aponta Filipa Muñoz de Oliveira.
Tintura e permanente de pestanas são outras apostas. “Pintar as pestanas é uma coisa super natural e ficam com um olhar mais forte, mais alegre, mais vivo".
Com ou sem promoção, é para despachar o assunto
Se há uma boa pechincha, elas deliram. Já eles, focam-se mais nos resultados.
Os homens têm uma coisa engraçada, que as mulheres não têm. São muito menos permeáveis a promoções neste tipo de coisas. Quando vão, querem mesmo fazer isto. Por isso, não interessa se fazem com promoção ou não”, refere a fundadora da Wiñk.