Primeiro o espaço. O Federico está num claustro de tetos altos que lhe dão uma luz única, está rodeado de jardins verticais e perdemo-nos logo à chegada na decoração, da coleção de livros às peças de porcelana da portuguesa Bordallo Pinheiro. E tudo acontece no ambiente de um palacete do século XVIII – o Palácio Ludovice, bem no coração de Lisboa.
O Federico acaba de entrar nas nossas vidas como o novo restaurante que quer ser um ponto de encontro para quem passeia entre o Chiado e o Príncipe Real. A atmosfera é sofisticada e acolhedora, iluminada pelo sol que entra cuidadosamente pela claraboia. Ao almoço tem disponível uma escolha dos pratos preferidos do Chef Ricardo Simões, que se adaptam às estações e momentos do tempo e da própria cidade. A Versa escolheu o Menu do Mercado composto por uma fresca salada de figos, queijo de cabra, meloa cantaloupe e presunto. Para prato principal a proposta do Chef é um Linguini com tomate e camarão. Já a sobremesa do menu inclui a tarte de requeijão, tomate e manjericão.
Tudo harmonizado com uma lista cuidadosamente selecionada de vinhos portugueses. Para que a experiência seja única, o restaurante compilou uma lista de 300 vinhos nacionais como forma de prestar homenagem à história e enologia em Portugal, com a oferta a incluir uma seleção de vinhos que representam a tradição de cada região vinícola e algumas castas mais raras como a Tinta Negra da Madeira e o Alicante Bouschet do Algarve.
Ainda que a nossa visita tenha sido à hora de almoço, é-nos explicado que à noite o ambiente se transforma. O antigo cofre do palácio com tetos de tijolo e que agora foi transformado em bar torna-se na peça central, com um balcão desenhado pelo arquiteto Miguel Câncio Martins. Já o claustro do restaurante, ganha uma atmosfera mais intimista com as luzes penduradas a refletirem na claraboia de vidro e a criar uma sensação única de céu estrelado.
O menu também se adapta com uma filosofia de regresso às origens, com clássicos portugueses e franceses. Há desde a típica Chanfana, à moda de Coimbra, acompanhada de puré de batata trufado e espuma de grelos; um presunto curado de 24 meses, dum pequeno produtor local que fornece, entre outros, o chef Alain Ducasse e alguns dos melhores restaurantes do mundo; e a panna cotta de pêssego com gelado de colheita tardia.
Temos um novo Federico nas nossas vidas e a cidade vê um regresso às origens do Palácio Ludovice, que abria as suas cozinhas aos habitantes do Bairro Alto no século XVIII, para que todos se sentissem parte integrante daquele que é um dos emblemáticos edifícios da cidade, e que se manteve assim pela ligação estreita que mantinha com o seu redor, abrindo as suas portas aos Lisboetas de outrora. A história volta a repetir-se, numa versão século XXI.