O pequeno-almoço do Ritz

Cansei-me das tostas de abacate. Quero o pequeno-almoço do Ritz

Um clássico para os nostálgicos (e não só) desta Lisboa quintessencial.

Quem me conhece bem sabe que há duas coisas que funcionam como oxigénio para mim:

1 - Deito-me todos os dias a pensar no pequeno-almoço da manhã seguinte (é o meu grande momento do dia por isso há que pensá-lo com tempo);

 2- Avalio os hotéis pela qualidade do pequeno-almoço (dispenso a quantidade, mas há mínimos como a variedade do pão, um bom sumo do dia, um croissant francês e panquecas).

Acrescento agora uma terceira dimensão a esta minha obsessão: se pudesse o meu pequeno-almoço seria todos os dias no Four Seasons Hotel Ritz Lisboa.

A começar temos a simpatia e o serviço. As portas da sala abrem-se com sorrisos, as mesas têm a distância certa para o momento ser vivido quase que em privado, há guardanapos de pano, há porcelana, há talheres pesados e logo à chegada um café americano que nos desperta os sentidos para o que aí vem. A verdade é que me cansei dos cafés da moda e entrei neste modo meio nostálgico desta Lisboa quintessencial. E aqui a culpa também é do Chef executivo Pascal Meynard que na cozinha prepara praticamente tudo, dos ovos Benedict ao pain au chocolate, aos famosos pasteis de nata.

Neste meu regresso, é bom sentir que há coisas que não mudam. Que há lugares seguros. E que o pequeno -almoço do Ritz é tudo aquilo que esperamos de uma grande marca de hospitalidade, que nos habitua a uma determinada oferta (os pratos clássicos estão lá todos), mas que vai acompanhando as tendências e as novas dietas alimentares (como quem diz hello aos glúten free…e não só).Não decorei o menu para escrever aqui, seria ocupar a cabeça quando o que eu queria era voltar a viver a experiência. Mas posso vos garantir que há de tudo… ou quase tudo. E até uma varanda para os dias de sol.

O Buffet distribui-se por três mesas (impossível ficar indiferente aos arranjos florais) que inspeciono sempre primeiro só por puro prazer. Sou uma espécie de groupie dos pequenos-almoços e mentalmente vou criando layers no meu prato, como quem se prepara para um menu de degustação de vários momentos.

Desta vez, bebi o sumo do dia vitaminado e com gengibre; comecei pelos ovos mexidos (é possível pedir na hora noutra versão que queiramos), escolhi um pão escuro de sementes e um pão brioche que comi com queijo fresco, o clássico croissant ao estilo francês que acompanhei com mel e um iogurte com granola com aquele sabor homemade. Um prato de frutas da época, café americano (perdi a conta às chávenas) e claro, panquecas. Chegam ainda quentes, em três camadas, com frutos silvestres e maple syrup em doses generosas. Para mim é provavelmente o melhor pequeno-almoço da cidade.

Cresci a ouvir falar dos pequenos-almoços de negócios no Ritz e acredito que continuem a acontecer. Ao meu lado estava precisamente uma mesa de senhores de fato e gravata a falar de trabalho. E na verdade, não imagino melhor cenário (ou melhor mesa) para fechar propostas ou discutir assuntos sérios. Mas hoje pensar neste lugar só para hóspedes e para os mad men da atualidade é demasiado Y2K. 

Horário: 7h30 - 10h30

Valor: 53€

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