As redes sociais estão repletas de vídeos que dão a conhecer rotinas alimentares e detoxes que prometem limpar o corpo de químicos, metais pesados, toxinas ou parasitas. Muitas vezes, argumenta-se nestas plataformas que estas práticas melhoram a nossa saúde ou que até são capazes de curar doenças crónicas – ainda que não exista evidência científica robusta que o comprove na maior parte dos casos.
Uma das tendências de detox mais populares no TikTok atualmente envolve café e pode parecer estranha, apesar de não ser um procedimento propriamente novo. O Coffee enema, ou clister de café, tornou-se popular na rede social devido à associação deste prática à perda de peso, limpeza do fígado ou tratamento de problemas relacionados com o intestino, apesar da inexistência de estudos científicos que o demonstrem escreve o site de notícias especializado em saúde Healthnews.
“Um clister de café é um tipo de irrigação do cólon, ou irrigação intestinal, em que um litro de café acabado de fazer (e arrefecido) é passado para o reto através de um tubo e mantido lá dentro durante 12-15 minutos.O clister de café não é uma ideia nova, mas tem sido tendência em plataformas de redes sociais como o TikTok. Desenvolvido pela primeira vez na década de 1930, afirmava-se que os clisteres de café reduziam a acumulação de substâncias nocivas no corpo, expulsando-as do cólon”, pode ler-se sobre este procedimento que tem sido popularizado por influencers.
Realizar este procedimento em casa pode ter riscos, alerta o mesmo artigo. “As limpezas do cólon e os enemas de café, feitos numa clínica ou em casa, têm sido associados a potenciais riscos para a saúde, complicações graves e até mortes devido aos efeitos secundários dos enemas.” Queimaduras internas, desidratação ou infeções são algumas das possíveis complicações que podem surgir associadas à prática deste método de limpeza do cólon.
Mas será que o nosso corpo precisa destas limpezas e detoxes? “O corpo humano tem várias formas de lidar com substâncias indesejadas e resíduos. Os rins, o fígado, o intestino, a pele e os pulmões são órgãos especializados com mecanismos para eliminar toxinas, produtos residuais e agentes patogénicos como bactérias e parasitas”, refere o mesmo artigo.