Existem múltiplos fatores que aumentam o risco de cancro da mama. É o caso da idade, o histórico familiar, alterações genéticas, a inatividade física, entre muitos outros, explica a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Pode, no entanto, existir mais um que muitos não associam a este problema de saúde: o tipo de sangue.
Foi publicada uma investigação, na Oncotarget, onde cientistas analisam a possível relação entre o tipo de sangue e o cancro da mama, o tipo de cancro que mais afeta mulheres em todo o mundo. Foram analisados os resultados de 29 estudos publicados anteriormente em vários países, envolvendo mais de 13 mil doentes com cancro da mama e mais de 717 mil pessoas em grupos de controlo.
Nesta análise, os investigadores concluíram que o tipo de sangue A era o mais comum entre as doentes com cancro da mama e estava significativamente associado a um risco 18% maior em comparação com o tipo O. Descobriram ainda que "não existe uma associação significativa entre o cancro da mama e os tipos de sangue B, AB ou o fator Rh", lê-se num comunicado.
Segundo os cientistas, "embora os resultados não provem a causalidade, apontam para um padrão biológico que merece ser investigado". Explica também que "os antigénios dos grupos sanguíneos são proteínas que se encontram na superfície das células, incluindo o tecido mamário", estas moléculas podem "influenciar a forma como o cancro se desenvolve e se espalha, interagindo com o sistema imunitário ou afectando o comportamento das células".
Trata-se de um estudo liderado por Rahaf Alchazal da Universidade de Yarmouk, na Síria, e Khaled J. Zaitoun da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e da Universidade de Ciência e Tecnologia da Jordânia.
