Fotografia: George Karger, Getty Images
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Cerca de 11% das mulheres têm esta doença e não sabem. Cirurgiã explica

Muitas mulheres vivem com alterações no corpo sem saber que têm uma doença crónica. Falámos com Sofia Carvalho, cirurgiã plástica e estética, sobre lipedema.

Muitas pessoas nunca ouviram falar de uma condição que afeta cerca de 11% das mulheres em todo o mundo. É o teu caso? Trata-se de um problema muitas vezes confundido com "pernas gordas ou com celulite", explica Sofia Carvalho, cirurgiã plástica e estética da Lisbon Plastic Surgery, em entrevista à VERSA.

É, no entanto, "uma doença progressiva e com repercussão física e psicológica de relevo". Estamos a falar sobre lipedema, "uma doença crónica em que existe uma acumulação desproporcional de gordura nos membros inferiores e em algumas situações nos braços". 

Dra. Sofia Carvalho | Fotografia: D.R.

Sintomas

Isto pode fazer com que as partes do corpo afetadas fiquem com "um aspeto excessivamente volumoso e irregular devido à natureza inflamatória desta gordura", acrescenta. Para além disto, a condição pode causar "dor ao toque, retenção de líquidos e propensão para hematomas". Também afeta a mobilidade em graus mais elevados da doença. 

Pode ainda ter um impacto na saúde mental. De acordo com a especialista, "o facto desta gordura não responder a dietas e ao exercício físico faz com que as mulheres se sintam frustradas pois todos os esforços se revelam infrutifieros". 

"Habitualmente as mulheres com lipedema não usam saias nem calções", algo que tem "um impacto muito importante na auto estima das mulheres afetadas", acrescenta. 

Causas 

Infelizmente, "as causas do lipedema não estão perfeitamente estabelecidas, no entanto sabe-se que a genética tem uma influência preponderante assim como o ambiente hormonal". Por isso, na grande maioria dos casos, "manifesta-se e apresenta um agravamento em períodos de alterações hormonais (menarca, gravidez e menopausa)".

E, sim, trata-se de "uma patologia predominantemente feminina sendo que os homens são afectados em apenas 1℅ dos casos".

Tratamento

Segundo a cirurgiã, existe apenas um tratamento para tratar lipedema: "a remoção da gordura inflamatória com controlo da inflamação do tecido conjuntivo envolvente".  É um procedimento "realizado através duma técnica de lipoaspiração avançada com fibras óticas de laser : lipolaser". 

Trata-se de "uma técnica realizada em bloco operatório em regime de ambulatório sem cicatrizes", explica. É importante "controlar a inflamação do tecido conjuntivo concomitantemente com a remoção de gordura". 

Já "em graus mais baixos poderemos controlar sintomas com o deepSlim, uma tecnologia de ultrassons anti inflamatória". Claro, além de tudo isto, a alimentação, a fisioterapia e o exercício ajudam a "controlar a inflamação e a reduzir os sintomas".  

Considera essencial procurar "ajuda especializada de forma a não deixar evoluir o lipedema". Explica ainda que "quanto mais cedo for tratado melhores os resultados". 

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