A mononucleose infeciosa, popularmente conhecida como doença do beijo, é uma infeção causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV), um membro da família dos herpesvírus.
O nome curioso deve-se ao facto de o vírus ser transmitido principalmente através da saliva, através do beijo, mas também pode ser disseminado por saliva através de tosse, espirros ou partilha de utensílios.
A doença foi inicialmente descrita em 1899 e reconhecida como mononucleose infeciosa em 1920.
Desde então, tornou-se um diagnóstico comum, especialmente em adolescentes e adultos jovens.
A maioria das pessoas entra em contacto com o vírus nos primeiros anos de vida, geralmente de forma assintomática ou com sintomas ligeiros. Nestes casos, a infeção assemelha-se a um síndrome do tipo gripal comum e a criança recupera espontaneamente, adquirindo imunidade para toda a vida. Menos de 10% das crianças infetadas desenvolvem sintomas significativos, como febre ou dor de garganta.
Quando a infeção ocorre na adolescência ou no início da idade adulta, os sintomas já tendem a ser mais marcantes e prolongados. A mononucleose caracteriza-se pela tríade clássica de:
· Febre alta
· Dor de garganta intensa (amigdalite/faringite)
· Adenopatias (aumento dos gânglios linfáticos, especialmente no pescoço)
Outros sintomas incluem cansaço extremo (sintoma que muitas vezes faz pensar neste diagnóstico), dores musculares, dor de cabeça, aumento do baço (esplenomegalia) e, por vezes, erupções cutâneas. O cansaço pode persistir durante várias semanas após o desaparecimento dos restantes sintomas.
O diagnóstico é clínico, complementado por exames laboratoriais que podem revelar alterações características, como linfócitos atípicos no sangue e positividade para anticorpos específicos contra o vírus ebstein barr.
Não existe um tratamento específico para a mononucleose. O que está preconizado é o repouso, hidratação e o controlo dos sintomas (como o uso de antipiréticos e analgésicos).
Uma recomendação importante para quem é diagnosticado com mononucleose é evitar atividades de contacto ou desportos de impacto durante algumas semanas, devido ao risco de rutura do baço, uma complicação rara, mas grave.
Em resumo, a mononucleose é uma doença geralmente benigna, mas que pode causar sintomas intensos e prolongados em adolescentes e adultos jovens. Reconhecer os sinais, procurar orientação médica e respeitar o tempo de recuperação (que pode ser longo) são fundamentais para um regresso seguro e saudável às atividades diárias.