Quem tem medo do Lobo Mau? Ninguém que prove a cozinha do chef Hugo Guerra

Era uma vez um lobo que se pensava ser mau, até alguém ter provado as maravilhas da sua cozinha.

Spoiler: esta história de faca e garfo tem um final (deliciosamente) feliz.

Em Arroios, na Rua Pascoal de Melo, encontramos a entrada para o mundo encantado da boa comida no restaurante Lobo Mau, que nasceu em 2019. Somos recebidos com a simpatia dos funcionários e acolhidos num espaço repleto de arte e de aconchego. Mas é o chef e proprietário do espaço, Hugo Guerra, que veste a pele de Lobo Mau, o protagonista da trama que de mau não tem nada - mas criatividade, talento e um pouco de loucura não lhe faltam.

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“Consigo ser um coração mole, mas posso ser o Lobo Mau”, atirou, explicando que uma cozinha tem regras das quais não prescinde para que o cliente saia satisfeito, mas valoriza o talento e dedicação de quem consigo trabalha.

Aqui, a inspiração é a força motriz da cozinha que se quer tradicional, mas irreverente e com respeito pelo produto português e da época. A qualidade é exímia, num paladar que nos remete à infância, com um toque de requinte trazido pela vasta experiência de um chef que passou por hotéis e restaurantes de renome.

Mas deixemo-nos de descrições cerimoniosas, até porque à mesa deste restaurante as formalidades e os fretes não têm espaço. Aliás, esta é uma das razões pelas quais este jantar foi mais do que comida de excelência – embarcámos numa viagem de maravilhas.

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O jantar foi regado com um belo copo de vinho rosé e, ainda antes da chegada das entradas que perfazem o melhor de um jantar que se quer a petiscar, provámos a pasta de tomate assado que se barra no pão e nos abre o apetite. Mas claro que, assim que nos chegou o hotdog de camarão com molho tártaro e funcho ou o brioche corado com atum, maionese chipotle e pickles de beterraba à mesa, a conversa melhora. No entanto, para mim, o taco vegetariano ganhou a medalha de ouro - uma estrada leve, que nos leva a uma descoberta de vários sabores e texturas, viajando entre o crocante da folha de arroz e do wasabi, com maionese de açafrão e espinafres. E ainda nem vos falei dos peixinhos da horta com aioli de coentros, o ex-libris desta mesa. Para prato principal, a corvina com puré de couve-flor e talharim de courgette é um manjar dos deuses que só fica completo com um arroz cremoso de cogumelos, abóbora e algas.

E foi no ponto doce deste jantar que o chef se juntou à conversa da mesa e foi contando um pouco da sua história, numa descontração única que se prevê numa boa noite entre amigos. Enquanto nos encantávamos com a história de vida de Hugo Guerra - que se dedica à paixão pelo trabalho, começando o dia no mercado para garantir o produto de qualidade e terminando-o até fechar a porta do espaço -, deliciavamo-nos com uma “rabanada com tempo”, acompanhada de mousse de café, que em nada se compara com qualquer outra que tenhas provado, sem esquecer as delícias de chocolate.

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Mas esta é uma ementa que se quer rotativa e com novidades que façam sentido com o momento e época que vivemos, por isso, quando visitares o espaço, podes contar com outras surpresas.

O segredo desta história assenta apenas no amor pela cozinha e Portugal parece ter os ingredientes certos para a arte do chef Hugo Guerra: “A nossa cozinha é a melhor de todas. Posso fazer comida de tacho, mas dou um cunho meu."

É certo que esta é uma história ainda a ser escrita, ou não voltássemos à toca do lobo para descobrir a próxima ementa. Encontramo-nos por lá? 

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