Escolhas VERSA: as melhores séries que vimos em 2022

Sem pretensões de ser uma lista das melhores séries do ano, os jornalistas da VERSA elencam as melhores produções que lhes passaram pelo ecrã da televisão de casa no decurso de 2022.

Se The Bear é um murro no estômago que nos mostra a dura realidade das cozinhas, White Lotus repõe-nos o fôlego para logo nos deixar amargurados com o desfecho que aguarda os hóspedes de uma cadeia de hotéis na Sicília. 

House of The Dragon, o aguardado spin-off de A Guerra dos Tronos, cumpriu o objetivo a que se propunha: colar-nos ao sofá. Mas há mais. A nova série da Netflix, Wednesday, baseada no universo de A Família Addams, chegou na reta final do ano, mas ainda a tempo de bater recordes de audiências na plataforma de streaming e de figurar nesta seleção.

Já The Playlist, sobre a fundação do Spotify, deixa-nos a pensar sobre como seria ouvir música nos dias de hoje, caso Daniel Ek não tivesse levado a sua ideia avante no longínquo ano de 2006 (com tudo o que de bom e de mau nos trouxe).

Eis as melhores séries que vimos em 2022:

The Bear (Disney+)

Se nos Estados Unidos, quando foi lançada no verão, se tornou a série do momento, em Portugal não foi diferente, apesar de apenas ter ficado disponível no Disney+ em outubro. Dirigida por Christopher Storer e Joanna Calo, The Bear mergulha-nos no universo de uma cozinha de uma loja tradicional de sandes em Chicago. E não descura em nada: o ambiente é tenso, sujo e avassalador. Jeremy Allen White (No Limite), cuja prestação foi imensamente aclamada pela crítica, é Carmen Berzartto, um jovem chef habituado à alta cozinha que se vê responsável por este negócio de família, depois de o irmão se ter suicidado. Desdobrando-se entre o drama e a comédia, a série explora ainda o flagelo do abuso de substâncias, da agressão e da saúde mental – tudo problemas que imperam no mundo das cozinhas –, mostrando o lado humano de quem nos põe a comida no prato quando comemos fora.

White Lotus (HBO)

La dolce vita isn't so sweet. Não há melhor forma de resumir a segunda temporada da série antológica que junta comédia e drama e que, depois do Havai, se mudou para o Sul de Itália. Com um elenco de luxo, White Lotus é uma sátira social deliciosa que nos traz personagens –  hóspedes e funcionários da cadeia de hotéis fictícia White Lotus Resort – cheios de complexidade e disfunções. O local é novamente idílico, há muito dinheiro e gente bonita, mas a semana de férias que tinha tudo para ser perfeita, torna-se (com o humor já habitual) dramática para alguns dos intervenientes. Venha, por favor, a terceira temporada.

House of the Dragon (HBO)

House of the Dragon é um spin-off de A Guerra dos Tronos e conta a história da dinastia Targaryen e a crise de sucessão que começa com a nomeação de Viserys (Paddy Considine), rei dos Sete Reinos. Tem performances incríveis de atores como Milly Alcock e Emma D’Arcy (as duas Rhaenyra Targaryen) ou Matt Smith (o vil Daemon Targaryen) e muito entretenimento proporcionado pelos imponentes dragões. Embora com uma narrativa mais lenta, o guião de House of the Dragon é mais maduro do que o de A Guerra dos Tronos e a produção tem um toque mais cinematográfico. Tudo isto faz com que se torne um fenómeno televisivo que prende qualquer um ao sofá.

Wednesday (Netflix)

A série que explora o universo de A Família Addams, através da personagem Wednesday Addams (Jenna Ortega), tem batido recordes na plataforma de streaming Netflix e as críticas dos entendidos explicam bem o seu sucesso. Ainda que o projeto da autoria de Alfred Gough e de Miles Millar esteja envolto em muita controvérsia pelas alegadas escolhas discriminatórias do cineasta Tim Burton (que dirige alguns dos episódios), a trama, conduzida a várias mãos, traz-nos o melhor do imaginário burtoniano. O gótico, o excêntrico e o sombrio estão presentes numa fantasia que nunca sai de cena.

The Playlist (Netflix)

Todos usamos o Spotify para ouvir música e podcasts. É difícil recordar o momento em que a plataforma entrou no nosso dia a dia, mas foi acontecendo sem sabermos bem do que se tratava. E é isso que esta minissérie nos mostra: o que foi e o que é o Spotify (o lado bom e o mau, apesar de se tratar de uma plataforma legal), como nasceu a ideia do jovem empreendedor sueco Daniel Ek quando o criou, e o que o torna atualmente a plataforma de streaming de áudio mais popular em todo o mundo. No final da série, não se vê o Spotify com os mesmos olhos.