Mais do que uma tendência, a Inteligência Artificial (IA) é já um paradigma e, como se esperava, uma nova realidade na indústria da moda. A Balenciaga vem apenas confirmar este novo território criativo como um hub de novas ideias e que nos desafiam a (re)pensar o que é e o que pode ser a moda a partir daqui. Ou, pelo menos, a comunicação.
Como mensagem de Ano Novo, a Casa de moda espanhola criou um projeto que junta a sua herança e património às novas tecnologias. Através da Inteligência Artificial, a Balenciaga deu uma nova vida a várias imagens de arquivo da época do seu fundador Cristóbal Balenciaga, imagens com criações icónicas e tiradas pelo fotógrafo de moda Thomas Kublin, na altura, para o próprio Cristóbal.
Agora com movimento gerado através da IA, as criações “animadas” de Cristóbal fazem assim uma espécie de ponte entre o passado e o futuro da marca, uma visão estratégica no ano em que a Balenciaga celebra o seu 105.º aniversário e contínua à procura de caminhos para aproximar as coleções de prêt-à-porter às da Alta-Costura.
As fotografias a preto e branco são a base de um vídeo com um efeito cinematográfico, onde a IA dá movimento a uma saia, acentua a prega de um casaco ou nos dá uma versão contemporânea das modelos da época (e talvez um pouco mais Demna…) deixando-nos uma piscadela de olho. Nesta arte do movimento, “ligamos o passado ao futuro” reforça a marca.
Esta estratégia de (re)descobrir a herança da Casa tem sido uma visão do diretor artístico da Balenciaga, que trouxe de volta a Alta-Costura ao negócio da marca em 2021. Recentemente, já tínhamos tido acesso aos ateliers da Maison através de uma visita guiada em 3D, e agora com a IA a confirmação de que o futuro da marca passa pelo seu passado.
"Para mim, a noção de tempo não existe na moda. Ela é intemporal na procura pela perfeição impossível”, disse Demna numa entrevista. Mas será uma convicção, ou apenas para a próxima estação?