Quando pensamos no setor do luxo, associamos de imediato às grandes Casas, aos seus artesãos recolhidos nos ateliers onde ao longo de muitas horas criam peças únicas e exclusivas, ao savoir-faire acumulado ao longo de décadas, à visão extraordinária dos seus diretores artísticos, às matérias-primas que enaltecem cada produto, e, nos últimos anos, também ao compromisso com temas como a sustentabilidade.
Mas a revista Time acaba de apontar o Grupo de Luxo LVMH como uma das mais importantes empresas de 2023 por todos estes e novos motivos, e há um que nos surpreende mais. E talvez faça mais sentido do que nos parece num primeiro momento. O crescimento do grupo francês, a satisfação dos seus colaboradores, os compromissos ESG são alguns dos critérios para este reconhecimento, mas também a forma com a equação está a evoluir e a fundir os valores mais tradicionais com as inovações tecnológicas. E, sim, ainda que inesperado, o luxo só pode ser competitivo no mercado se souber gerir a tradição com este mundo tecnológico, não se fechando, antes pelo contrário, abrindo espaço e posicionando-se na vanguarda das inovações.
O ranking da revista Time coloca a LVMH na 2.ª posição entre as maiores empresas francesas, e na 4.ª posição entre as melhores europeias, prova de que combinar luxo com responsabilidade ambiental, social e governamental (ESG) não só é possível, como também pode ser lucrativo. E com esta fórmula, o conglomerado de luxo compete, lado a lado, com os gigantes tecnológicos.
Ao mesmo tempo que o luxo avança para a tecnologia, as tecnológicas aproximam-se dos pilares de sucesso do luxo. Microsoft, Apple, Alphabet e Meta Platforms, dominam orgulhosamente o raking da Time, conciliando o crescimento financeiro com uma crescente preocupação com as pessoas e o planeta. Uma análise que destaca também a consultora Accenture, pelo seu compromisso ESG e o objetivo de uma pegada de carbono zero até 2025, mas também pela liderança feminina da CEO Julie Sweet e a paridade prevista a refletir o futuro da diversidade na indústria.
E deste ranking de 2023 da Time sai a mensagem: quer se trate de luxo ou dos gigantes tecnológicos, o futuro pertence às empresas que, para além do lucro, querem ter um impacto positivo no mundo. A nova equação de sucesso.