Kees Eijrond no The Lisbon Club, o novo gastrobar do Verride Palácio de Santa Catarina
Design e Artes

Sonhava com uma quinta no coração de Lisboa. Hoje é dono de um hotel de luxo

A VERSA esteve à conversa com Kees Eijrond, antigo bailarino e líder da companhia de dança Rosas, que se apaixonou por Lisboa. Foi a sua busca por uma quinta no meio da cidade que o levou a comprar o Palácio Verride, hoje um dos mais luxuosos hotéis na capital.

Quem passa na Rua do Almada, perto da Bica, não imagina que por detrás de duas portas de madeira se esconde uma quinta com um jardim, uma piscina e uma vista desafogada para o rio Tejo, bem no centro da cidade. Esse era o sonho de Kees Eijrond, antigo bailarino e diretor da companhia de dança Rosas, que certo dia pediu a Jorge Salavisa para lhe encontrar uma quinta no meio de Lisboa.

“Escrevi num papel, que entreguei ao Jorge Salavisa, o que estava à procura: uma casa com um jardim no centro da cidade, nem muito grande, nem muito pequena, com dois lugares de estacionamento e duas entradas independentes, para poder receber convidados”.

A resposta de Jorge Salavisa não demoveu Kees Eijrond do seu sonho: “disse-me que nunca iria encontrar uma casa com aquelas características em Lisboa e que era melhor procurar na zona de Cascais. O problema é que nasci no centro de Amesterdão, sou um rapaz da cidade. Poderia demorar mais tempo a encontrar, mas o que queria mesmo era estar em Lisboa”.

Os espetáculos na Gulbenkian e a amizade com Jorge Salavisa

Nascido em Amesterdão e formado em Engenharia Agronómica, a ligação de Kees Eijrond a Portugal começa em 1974, quando visitou o Alentejo no âmbito de um projeto do último ano da faculdade.

“Foi uma experiência chocante pois não fazia ideia de que, naquela altura, poderia haver tanta pobreza na Europa. As pessoas sofriam realmente, mas por outro lado havia um sentimento de ajuda mútua que achei impressionante. Havia uma grande empatia entre as pessoas e naquela altura surpreendeu-me a vida em comunidade”.

Foi assim que se apaixonou pelo país que viria a frequentar com mais regularidade nos anos 80, graças aos espetáculos da sua companhia de dança Rosas na Fundação Caloust Gulbenkian. “Fui bailarino entre 1987 e 1989 e a minha última atuação foi no anfiteatro ao ar livre. Nessa altura, Jorge Salavisa era o diretor e ficámos grandes amigos”.

Foi quando se tornou diretor da companhia de dança que Kees Eijrond pediu ajuda a Jorge Salavisa para encontrar casa em Lisboa.

A história do Hotel Verride

Após uma longa espera, surgiu finalmente a possibilidade de comprar uma casa com vista de rio e um jardim, protegido do vento. “Não podia desejar melhor”, recorda Kees Eijrond que, em 2002, percebeu que o Palácio Verride, bem por cima de sua casa, iria entrar no mercado de venda de imóveis.

“O edifício era propriedade da Caixa Geral de Depósitos e, graças a vários contatos, consegui entregar uma proposta em carta fechada para sua compra. Tive apenas uma semana para desenvolver o projeto e apresentar um preço”.

A proposta de Kees Eijrond acabou por ser a vencedora e, atualmente, o Verride Palácio de Santa Catarina é um dos hotéis mais luxuosos de Lisboa. “Quando começámos, o projeto tinha três objetivos: deveria ser um sítio calmo, elegante e local, ou seja, tudo o que existe dentro do edifício é feito em Portugal e desenhado por portugueses”.

Em todos os quartos, os hóspedes podem encontrar tapetes de ioga feitos com cortiça do Alentejo e desenhados especialmente para o Palácio Verride pela Corc Yoga, cujo projeto a VERSA conheceu durante uma aula de ioga que aconteceu precisamente no jardim da casa de Kees Eijrond, que cedeu generosamente o espaço para o evento.

“Estou muito orgulhoso por representar a cultura portuguesa, com um staff português e arquitetos portugueses que me acompanham. É um projeto muito bonito”.

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