A moda está lá desde sempre. Licenciou-se em Design de Moda e Têxtil pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco, trabalhou na ModaLisboa, nos ateliês de Filipe Faísca e Ricardo Preto e foi designer de moda na empresa Salsa Jeans durante 2 anos e meio. Mas em 2013, Luís Carvalho decidiu aventurar-se em nome próprio, um ano de viragem na sua carreira ao criar a marca LUIS CARVALHO.
Na última década, somou prémios e novas conquistas. Entre outros, em 2016 foi distinguido com o prémio GQ Men of The Year na categoria de designer de Moda, em 2017 conquistou o primeiro Globo de Ouro de Melhor Estilista e apresentou, pela primeira vez, uma coleção na Paris Fashion Week, no Showcase Moda Portugal.
Neste caminho com a marca própria, tornou-se também reconhecido por vestir inúmeras figuras públicas nacionais e internacionais. Presença constante na ModaLisboa, nesta edição está de regresso onde irá apresentar uma coleção especial, já que o momento é de celebrar os 10 anos de carreira.
Dias antes do desfile preparado para a Lisboa Fashion Week, Luís Carvalho esteve à conVERSA com a VERSA e revela em primeira-mão o que preparou para o dia 8 de outubro, e o que diz este momento de celebração sobre a marca e o que esperar para o futuro.
10 anos da marca Luís Carvalho. É sempre um exercício desafiante falarmos de nós próprios, mas quem é hoje o designer e como define a sua marca?
Hoje o designer e a marca são ambos obviamente com uma visão mais madura, mais consciente da evolução dos tempos e da própria evolução natural que a marca teve enquanto foi crescendo.
Coleções sempre pensadas em cativar, surpreender e em constante melhoria, a pensar também no público-alvo que vai sofrendo alterações e aumentando, mas mantendo o ADN da marca.
No fundo o Luís é o mesmo e a maneira como trabalha ou pensa no trabalho, a mesma vontade e entusiasmo de fazer coleções continuam cá desde a primeira coleção, por isso enquanto sentir isto, é porque estou a fazer o que é certo.
Como tem sido esta aventura de criar e afirmar uma marca de moda numa indústria que como sabemos em Portugal nem sempre é um caminho fácil. Qual o segredo do sucesso?
Sinto que a marca teve um crescimento inicial muito rápido, facilmente consegui um bom posicionamento. O mais difícil é, e cada vez mais, manter e elevar a fasquia, mas no fundo é isso que torna o meu trabalho desafiante e interessante.
Claro que em Portugal, sendo um país tão pequeno a dificuldade é redobrada, mas a tentativa é sempre conseguir adaptar à realidade atual, mas acima de tudo penso que o segredo é mesmo muito trabalho e dedicação. Viver para a marca como se fosse o meu filho.
É muitas vezes escolhido como a marca que veste as nossas celebridades. Como vê essa escolha? É uma love brand para os rostos conhecidos? E há alguma(s) que goste mais de vestir por alguma razão em particular?
É um facto que há muito essa preferência, é super gratificante ser escolhido, sinal que o caminho que estou a traçar e o trabalho que desenvolvo é de qualidade. Há pessoas que realmente gosto mais de vestir, porque se identificam mais com a estética da minha marca, ou porque consoante o tipo de evento para o qual as estou a vestir, têm a capacidade de alinhar nas minhas ideias mais irreverentes e arriscar um pouco mais, porque na realidade é isso que faz com que se fale mais do meu trabalho.
Quem sonha vestir (nacional/internacional) e que ainda não surgiu no radar, e qual a razão?
Acho que posso dizer que sou um privilegiado porque em Portugal já tive oportunidade de vestir todas as pessoas que admiro profissionalmente e pessoalmente, mas talvez me falte a Catarina Furtado que é uma referência para mim desde que me lembro. A nível internacional, a Jennifer Lawrence sempre esteve na minha wishlist.
O que podemos esperar do desfile e da coleção que será apresentada na ModaLisboa? Certamente especial já que é também um momento de celebração…
Todas as coleções são especiais para mim porque são feitas com muito trabalho e dedicação e sempre pensadas como disse anteriormente de forma a superar as anteriores. Mas esta vai ser mais especial ou interessante, porque vou ter como inspiração o mesmo tema da primeira coleção que apresentei na ModaLisboa há 10 anos atrás. "Shelter 2.0", o nome da coleção, mas agora reinterpretada e pensada também para homem, pois na altura apenas apresentava para mulher. Vai ser interessante perceber esta nova perspetiva do mesmo conceito, mas 10 anos mais tarde. Vou ter mais umas surpresas, mas isso guardamos para dia 8.
What´s next…o que se pode esperar, o que tem como estratégia pensada como o próximo passo da marca?
Sempre que me colocam essa questão, fico a pensar que realmente o importante é pensar no agora e conseguir manter esta fase que está a correr bem ou fazer com que a marca cresça ainda mais. Estou a trabalhar nesse sentido, a loja online cada vez mais vende internacionalmente. Portanto o próximo passo é mesmo fazer crescer o que tenho neste momento.