A histórica marca brasileira de perfumaria Granado acaba de investir em Portugal
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Granado: Há beleza neste namoro atlântico com memórias desde 1870

A histórica marca brasileira de perfumaria Granado acaba de investir em Portugal numa loja em pleno Chiado, um mercado estratégico e com uma ligação emocional com mais de 150 anos.

Arrisco a dizer que, dada a escala do país e a energia criativa do Brasil, seria de esperar mais marcas brasileiras globais, em particular em mercados como a moda, a beleza, a joalharia e o luxo. É um elogio, não uma crítica. E talvez seja só a minha percepção. A primeira vez que me cruzei com a Granado foi numa pequena loja de aeroporto, no Rio de Janeiro. Gostei do seu jeito carioca, da sua bossa e hoje é curioso ver como está a tornar-se uma marca com notoriedade internacional, com concept stores em capitais como Londres e Paris. Nos planos de expansão está naturalmente Portugal, onde a Granado inaugurou recentemente a primeira loja própria em pleno Chiado, Lisboa, e uma pop up store em Cascais, na Casa da Guia, que irá funcionar durante todo o verão.

Naturalmente porque Portugal está intimimamente ligado à Granado, a farmácia mais antiga do Brasil e que abriu portas em 1870, no Rio de Janeiro. O fundador, o português José Antonio Coxito Granado, produziu remédios, cosméticos e outros produtos feitos a partir de plantas, ervas e flores autóctones de Teresópolis ( a “Cidade de Teresa” em homenagem à Imperatriz Teresa Cristina, esposa de D. Pedro II), uma região montanhosa perto do Rio de Janeiro, onde tinha uma pequena quinta. Na altura, com a missão de descobrir soluções naturais locais para doenças, a empresa compilou também o primeiro registo oficial de plantas e ervas medicinais brasileiras.

Com clientes ilustres, José Antonio Coxito Granado recebeu de D. Pedro II o título de Pharmácia Oficial da Família Real Brasileira. E na linha do tempo, há fórmulas que permanecem inalteradas até hoje, como o pó antisséptico criado em 1903, por João Bernardo Granado, irmão de José Antonio Coxito, ou os sabonetes glicerinas 100% à base de vegetais, lançados pela primeira vez em 1916. O negócio expandiu-se rapidamente. Adquiriram e construiram fábricas. E a primeira loja Granado abriu em 1917 no coração do Rio de Janeiro, em frente ao Palácio Imperial, onde continua aberta ao público. Hoje a Granado é uma marca na casa e na memória dos brasileiros, e um nome à conquista dos mercados internacionais.  

Em 1994, o empresário inglês Christopher Freeman adquiriu o grupo ao último membro da família Granado, liderando a empresa através de um processo de modernização fiel às origens e visão do fundador. E seguiu-se a internacionalização. Em 2013, a convite do parisiense Le Bon Marche Rive Gauche, entra no mercado europeu, formando a Granado France, a primeira subsidiária da empresa na Europa. E, em 2016, o gigante espanhol de beleza e moda Puig investiu na Granado, obtendo uma participação na empresa.

Em curso está a estratégia de manter a relevância da marca e dos seus produtos, nos dias e para os consumidores de hoje. E é no no profundo conhecimento herdado sobre as propriedades dos extratos e óleos de plantas medicinais, que reside a base para o desenvolvimento das novas coleções.

Portugal recebe agora a coleção Pássaros Granado. A sua mais recente novidade criativa. Uma homenagem à fauna e flora brasileiras, que mistura o clássico e o lado tropical da marca, com ilustração botânica ao estilo vintage. Há velas, sabonetes, difusores de ambiente e perfumes. A melhor notícia é já não ser preciso parar naquela loja de aeroporto no Rio de Janeiro, onde a vi pela primeira vez. Este namoro atlântico entre a Granado e Portugal está bem vivo e vive agora também no coração de Lisboa.

 

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