AI Fashion Week - Paatiff
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Portugal lidera uma Semana de Moda mais Artificial: so far, so good…

Uma Fashion Week Artificial é o tema da opinião desta semana, que podes receber em primeira-mão se subscreveres a Newsletter da VERSA.

Ainda que não tenha (ainda) o mesmo protagonismo de uma Semana de Moda tradicional, a AI Fashion Week não só já é uma realidade como se prepara para uma segunda edição. E curiosamente, se faltam marcas nacionais nas Fashion Weeks físicas nas principais capitais da moda, na da Inteligência Artificial (IA) há nomes portugueses com destaque no programa oficial.

O modelo da AI Fashion Week é um pouco diferente. Quando a marca de moda digital Revolve e a Maison Meta, uma agência criativa focada em IA, se juntaram para a primeira edição do evento que aconteceu em abril, a ideia passava pela Revolve transformar três coleções virtuais a concurso, em produtos físicos à venda na sua loja online.

E do lançamento fizeram parte 10 a 12 criações de cada um dos vencedores, incluindo um vestido plissado de tafetá (à venda por cerca de €1500), ou um top com um ombro descoberto (à venda por mais de €200). Criações geradas por IA e produzidas e vendidas pela Revolve. Coleções que tanto nos mostram que a moda digital tem tanto de realismo, ou seja, peças que podiamos ver numa coleção apresentada numa Semana de Moda física, mas também com peças que parecem só fazer sentido num mundo onde não há vento ou qualquer movimento por quem as veste. A criatividade conhece novas fronteiras e a moda, como sempre, está na vanguarda e a indicar novos caminhos.

Entre os vencedores da primeira edição da AI Fashion Week há curiosamente dois designers portugueses e sem experiência na indústria: O primeiro lugar foi conquistado por José Sobral, formado em arquitetura, com a sua nova marca Paatiff; e a segunda classificada foi a também portuguesa Matilde Mariano com a sua marca Molnm.

O grande propósito deste projeto é permitir que os vencedores criem marcas geridas de forma independente, usando ferramentas de IA como Midjourney e Stable Diffusion e também o Photoshop. E na passagem do virtual para o físico, os designers foram convidados a trabalhar com a equipa da Revolve, em Los Angeles, no desenvolvimento de produto e na escolha de materiais para a produção de peças reais.

"A tecnologia é uma grande vantagem competitiva para a Revolve", disse Michael Mente, cofundador e codiretor executivo da Revolve, em comunicado à imprensa. "Através da IA, somos capazes de explorar novos designers, marcas e tendências emergentes que, enquanto marca, somos conhecidos por oferecer de forma única."

Nesta nova versão da indústria da moda, Portugal já lidera com jovens com visão, inovação e criatividade. A próxima edição da AI Fashion Week acontece nas próximas semanas, em Milão e Nova Iorque, mais uma oportunidade para vermos se a moda nacional digital volta a conquistar as atenções do mundo. So far, so good…

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Estas castanhas querem-se frias e boas (sim, leste bem)

Também se podem comer num cone, mas estas castanhas assadas têm outra temperatura e textura.

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