Vive entre o minimalismo e a estética “Normcore”, não sendo propriamente nenhum dos dois. É uma espécie de estado de espírito, mas também uma das tendências a marcar a moda em 2023. E se há personalidade que o define e veste, ninguém melhor do que Victoria Beckham. Mas há outras, das irmãs Olsen a Sienna Miller, ou Gwyneth Paltrow.
O “Quiet Luxury”, algo como um luxo tranquilo, silencioso, discreto, não necessariamente austero, é um termo que já anda por aí há algum tempo, mas que entra nos códigos da moda este ano como tendência e grande aposta de marcas como The Row, Bottega Veneta ou Totême. E a verdade é que silenciosamente pode dizer mais do que aparenta, há quem defenda que (re)aparece como reflexo de um clima económico incerto e como uma lição que nos ficou do lockdown na pandemia, em que percebemos que quantidade de roupa precisamos na realidade. Tal como o minimalismo de 2010 refletia o mundo em plena recessão económica.
Não é uma estética fácil de definir e, mesmo sendo tendência no momento, é daquelas que resiste ao tempo, acima de tudo porque vive de princípios e de peças intemporais. O luxo nunca é básico, mas aqui é quase como se fosse. O que o diferencia, são precisamente esses básicos no guarda-roupa criados a partir de tecidos e materiais de qualidade, com design, com rigor no detalhes, um fit ao estilo da alfaiataria, que imediatamente se idêntica como um produto luxuoso, mas sem gritar luxo. Esqueçam os estampados, os logotipos das grandes Casas, peças de cores elétricas ou mesmo com grandes brilhos. Aqui, o luxo quer-se em cores neutras e uma curadoria na escolha dos básicos perfeitos, que funcionam com o resto do guarda-roupa.
O luxo silencioso é assim o minimalismo da nova era, com foco em peças que valem a pena investir e que não se compram por impulso. Chamam-lhe uma elegância fácil, um luxo de bom gosto, é sair à rua num look irrepreensível, mas que aparenta ser criado sem esforço. É uma Kelly Bag da Hermès, um casaco de cachemira camel e uma calças de ganga vintage.