O novo consumidor de luxo é o colecionador
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Não sou consumidor de luxo. Sou Colecionador. Mudei de identidade

Os negócios de luxo estão a entrar numa nova era à boleia de uma nova geração de consumidores.

Fala-se no início de uma nova era. De uma nova etapa para os negócios de luxo. E ainda que pela forma como nos chega (assim, sem avisar) possa soar a um alarme exagerado, as tendências apontam para novos caminhos e também já há marcas a antecipar as mudanças. E o que motiva essas mudanças é a chegada de uma nova geração de consumidores, aliás, de colecionadores. A mudança começa precisamente aqui, numa nova identidade do até aqui chamado consumidor de luxo, dando lugar ao colecionador.

E o colecionador junta os Millennials, as Gerações Z e Alpha. Partilham a juventude, dinheiro, mas também uma visão de que o luxo é feito de autenticidade, do saber fazer à mão, de tradição, de respeito pelas origens. E dizem às marcas que o que esperam delas é que sejam verdadeiras guardiãs dessa arte do saber fazer à mão.

O The Future Laboratory, um laboratório que analisa tendências e futuro, tem estes colecionadores no radar e tem procurado entender os novos códigos na sua relação com as marcas de luxo. Criados numa era dominada pelo streetwear, são profundos conhecedores de marcas, das suas coleções e em casa têm o seu “arquivo” pessoal de peças guardadas e estimadas, como só sabem fazer os bons colecionadores. A compra de um produto de luxo, mais do que um simples impulso ou desejo, passa a ser sinónimo de conhecimento, de respeito pela comunidade e pelos processos artesanais de produção.

Se quisermos, estes jovens consumidores chegam quase a ser obcecados com o património e o savoir-faire de uma marca, procurando um lado menos opulento num produto de luxo. O que para os grandes players do mercado acaba por ser um momento decisivo onde é preciso encontrar o equilíbrio certo para conquistar o colecionador: é jovem com tudo o que isso implica, mas que ao mesmo tempo gosta de uma boa antiguidade e dos sinais claros da herança e do know-how da marca.

O colecionador não traz uma peça de alta-relojoaria no pulso, vê antes nesse investimento um momento da história que coleciona. E também um bom ponto de partida para uma conversa, onde “exibe” todo o seu conhecimento e a forma como aprecia a arte de viver. Um comportamento que para a minha geração se pode comparar aos anos em que a logomania traduzia a classe social a que pertencíamos. Entrámos na era do consumo do luxo discreto e de uma curadoria cuidadosamente “acumulada”. Desculpem, colecionada.

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