Bauy | Fotografia: D.R.
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Bauy: da fotografia de moda para a moda do dia a dia

Diana Nobre é apaixonada por moda e depois de anos a dedicar-se à fotografia nesta área, decidiu ser ela a desenhar e a criar peças de roupa. Onde? Na Bauy.

L’Officiel, Marie Claire e Elle são apenas algumas das publicações que fazem parte do currículo de Diana Nobre, que se dedicou à fotografia de moda durante 14 anos. Até que em 2019 tudo mudou e decidiu criar a sua própria marca de roupa, mesmo sem formação em design. Só precisava de fazer algo que a fizesse sorrir.

"Gosto de arriscar e não gosto de sentir que tenho a visão de outros a manter-me ‘presa’. Com o tempo, a fotografia foi ficando um pouco para trás e, de momento, o que realmente adoro fazer na Bauy é o processo criativo. Seja na criação de peças, de padrões, ilustrações para estampar e trabalhar nos conceitos dos shootings. Isto fez com que, agora, tenha uma grande vontade de passar a parte da fotografia para outra pessoa sempre que posso", conta Diana à Versa. 

Foi então a 25 de agosto de 2019 que nasceu a Bauy, fundada por Diana e pelo marido, Vitor Barros. Uma nova marca portuguesa de roupa e acessórios com designs próprios e originais para mulher e homem, com um estilo descontraído e inspirado nas vivências e gostos de Diana: o surf, a praia, a música, os festivais e o Pinterest.  

"Confesso que, nos festivais, por vezes, sinto mesmo que estou num desfile. Adoro ver as pessoas bonitas, com atitude e felizes. Adoro ver como vão vestidas para os festivais e foco-me muito nas que têm um estilo mais urbano e alternativo. O Pinterest, e como criadora de marca tenho zero medo de admitir isto, é o meu melhor amigo. Acabo por perceber, com o passar do tempo, que a inspiração também vem um pouco daquilo que eu sempre quis vestir, mas que acabei por nunca ter coragem para o fazer".  

A autoestima de Diana não era a melhor durante a sua adolescência, mas hoje olha para trás e pensa "Fuck Off", que é nada mais nada menos do que o tipo de mensagens que usa para ilustrar as suas peças de roupa, como forma de motivar a confiança de quem as usa.

“Acabo por transpor uma luta que me é pessoal sobre ignorar o que os outros podem dizer ou pensar sobre mim, mas, como todos nós, é um work in progress”, explica.

Câmara, moda, ação (mesmo sem formação)  

Diana Nobre trabalhou em fotografia de moda, no entanto, não tem qualquer formação em design de moda. Se isso foi um impedimento para criar uma marca de roupa? Nem por um segundo. Durante anos foi, sem se aperceber, bebendo do conhecimento de designers de moda e ainda hoje em dia aprende com todos aqueles com quem se cruza na Bauy.  

“Aprendi imenso com as costureiras com quem trabalho, a senhora do corte e as pessoas dos armazéns de tecidos. Procuro sempre saber o porquê de os processos acontecerem de certa forma, como é que faço as peças ficarem com o efeito final que pretendo. Depois disto, foi só aplicar este conhecimento que fui adquirindo e, admito, invisto várias horas no Pinterest”, conta.  

Além de curiosa, é criativa, uma exigência necessária desde o início da Bauy, que dependia somente de deadstock, isto é, dos tecidos excedentes que grandes marcas deixavam nas fábricas, a partir do qual foram criadas as primeiras peças desta marca portuguesa.  

Em 2023, a estratégia mudou e a Bauy passou a criar peças próprias e originais, que deram origem, por exemplo, à nova saia com estampado tie die batik ou às calças de malha com padrão étnico, sem nunca deixar as práticas mais sustentáveis. Uma delas é o facto de as peças não serem lavadas com amaciador e outra, que envolve o público, é a Bauy Community Shop, uma loja online na qual a marca vende produtos com pequenos defeitos e, por exemplo, testes de lavagem. 

Diana não tem mesmo limites

Nos últimos cinco anos, Diana tirou os limites à sua criatividade e nunca parou nem de fotografar, nem de desenhar peças para a Bauy. E já há novas ideias para os próximos tempos.

“Quero introduzir mais estampados desenhados por mim para que não exista a possibilidade de os verem em mais nenhum lado. Quero começar a arriscar mais nas peças, mantendo, claro, a coleção de básicos”, revela. 

De 2024 em diante, o foco será então a roupa, em especial para homem de modo a obter um “maior equilíbrio entre os dois géneros", remata Diana.  

As peças da Bauy podem ser encontradas no site e na galeria de imagens acima.  

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