Em 2021, a Victoria’s Secret preparava-se para um reposicionamento da marca e manteve a nova estratégia em segredo e as nossas expectativas elevadas. A marca queria recuperar o sucesso de vendas que em tempos teve e, acima de tudo, restabelecer a credibilidade cultural que havia perdido. Este ano, o segredo foi desvendado e as nossas expectativas defraudadas.
De exigir “o corpo perfeito” às manequins ao espectro oposto, Victoria’s Secrets aposta no empoderamento feminino e substitui as supermodelos a que nos habituou nos desfiles pela VS Collective, um grupo inspirador de 10 mulheres reconhecidas pelo que alcançaram na vida e pela diversidade que representam, quer pela idade ou pelo tipo de corpo.
Esta estratégia que reconhecia todo o tipo de mulheres podia ser a receita de sucesso que ia combater a falta de representatividade da marca. Mas – e há sempre um mas – caiu em nova desgraça.
A reação da maioria das pessoas à nova campanha publicitária que se anunciava através de uma voz que dizia “Nós mudámos. Nós vemos-te” mostra mulheres em lingerie confortável e acaba com a sensualidade das peças. O que revoltou? Uma “mulher real” não pode usar ligas, espartilhos e todas aquelas coisas que nos fazem sentir sexy?
As asas deviam servir a todas – era esse o segredo de sucesso.