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Tudo o que precisas saber antes de comprar uma joia

A Versa conversou com um especialista em ouro e joias para perceber o que realmente devemos ter em conta no momento de comprar um acessório precioso.

Comprar ou investir numa joia, sobretudo uma mais valiosa, pode ser um momento único e emocionante, mas existem vários fatores importantes a ter em conta para evitar golpes e fazer um negócio consciente.

Conhecer os tipos de ouro, compreender a sua marcação e sinalização de quilates, avaliar a relação entre qualidade, design e preço podem ser alguns dos pontos a considerar, mas fomos saber mais junto de um especialista.

João Vilares, diretor técnico da escola de joalharia Engenho&Arte, conta-nos tudo o que precisamos saber.

O que devemos ter em conta quando compramos  uma joia?

O principal fator a ter em conta é a motivação: o que leva essa pessoa a comprar uma joia: por amor? Por comemoração a alguma data especial? E para quem é a joia? É uma prenda para nós mesmos ou uma oferta? Quando se compra uma joia há normalmente um motivo sentimental intrínseco à escolha, mas também pode apenas ser um investimento, uma vontade, um luxo.

Depois de percebermos a razão, segue-se o segundo passo, que é avaliar o orçamento que temos disponível. Posteriormente, entra finalmente a parte técnica, que pode começar logo pelo olhar atento a uma montra. Vamos optar por prata, ou ouro? Temos de ter em atenção que uma grama de prata pode custar 79 cêntimos, já por grama o ouro pode custar 70 euros. O preço é, sem dúvida, algo que direciona o cliente. Assim, para garantir uma boa relação qualidade/preço, o principal fator a ter em conta é a informação que deve estar junto da joia, que define a quantidade de metal precioso que contém.

Qual o ouro mais caro e o mais acessível?

A Contrastaria Portuguesa, que reúne 140 anos de casa, assegura o reconhecimento das marcas e garante a segurança do consumidor. Atribuem às peças o símbolo do ouro, da prata, da platina ou do paládio - símbolos estes que foram mudando ao longo da história da Contrastaria, mas que a nós investigadores nos indica a história da peça, o seu autor ou o ano em que foi trabalhada. Conhecer a história de uma peça também lhe atribui valor, mas em termos reais não podemos escapar ao lógico - o ouro mais caro é aquele que tem mais quantidade de quilates, já o mais barato é o que tem a menor quantidade. Estamos, é claro, a falar de peças que contêm apenas ouro e não pedras preciosas.

O peso de uma peça é proporcional ao seu valor?

Pode não ser, uma vez que a peça pode ter pouquíssimo peso, contudo, conter um diamante de vários milhares de euros. É o caso de um anel de noivado, que é uma peça que contém pouco ouro, mas que é adornado por uma pedra que o valoriza e que vale uns milhares de euros.

Se acharmos que estamos perante uma peça falsa, há forma de verificar a olho nu que não é verdadeira?

Em primeiro lugar, destaco que a joalharia não é uma arte feita de truques. Nós trabalhamos com peças registadas, porque todas as marcas fazem parte da história da Contrastaria Portuguesa.

Por lei, todas as casas de venda de metais preciosos, novos ou usados, têm por obrigação disponibilizar ao cliente uma lupa e o quadro onde estão representadas as marcas legais que a peça obrigatoriamente deve ter. A olho nu, é impossível perceber a autenticidade da peça.

Se quisermos oferecer uma joia a alguém, qual a peça que nunca falha ou que tem mais hipóteses de fazer  sucesso?

Na nossa escola, Engenho & Arte, fazemos joalharia de autor, que é fabricada à mão do princípio ao fim. Isto implica que tenhamos de conhecer perfeitamente a pessoa para quem trabalhamos, qual a joia que ficará melhor no seu tipo de corpo, cor de pele e que encaixe na sua personalidade. Assim, oferecer uma joia a alguém exige este mesmo cuidado.

Claro que a moda tem também uma grande força. Comprar uma peça que seja publicada em revistas de moda ou que tenha sido usada por figuras públicas, ou influenciadores será sempre uma jogada inteligente.

Sobre tendências: quais são as peças e materiais mais procurados?

Neste momento, as que têm mais venda são as peças de prata com banho de ouro e em liga de ouro de 9k, uma vez que são aquelas que têm um preço mais baixo. Por outro lado, também há muita procura em peças de ouro de qualidade e antigas, porque valoriza o investimento.

Por último, as peças dos novos criadores - de autor -, que são muitas vezes peças únicas, têm cada vez mais procura, pois são únicas no seu fabrico e design.

*Para saberes mais sobre joias, poderás visitar a PortoJóia, o evento mais renomado e aguardado do setor, entre os dias 21 e 24 de setembro, na Exponor, em Matosinhos. João Vilares também estará presente como orador na conferência "Marcas e Contrastes: Histórias, Mitos e Curiosidades dos Metais Preciosos em Portugal" a 22 de setembro, entre as 16h e as 16h50.

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