Fotografias: Unsplash | Edição de imagem: Vasco dos Santos
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Shein perde para a Temu e há alarmes a soar no mercado

O trabalho de equipa inesperado a preços baixos. “Team up, Price Down”, o mote da gigante chinesa Temu já diz quase tudo sobre o seu sucesso.

Ainda que se espere a sustentabilidade como a tendência futura do consumo nas mais diversas indústrias, como a moda, há sempre quem nos lembre que outros valores falam mais alto. Numa época em que nos assumimos “mais verdes”, o sucesso da Shein é o mais flagrante indicador de que a consciência de consumidor não será tão rapidamente reciclada. E, se dúvidas faltavam, basta olharmos para o novo sucesso Temu, a aplicação de comércio online da Pinduoduo, que destrona a rival Shein em menos de nada, e reina nos Estados Unidos pela estratégia de marketing.

Temu Vs. Shein

Lançada em setembro de 2022 nos Estados Unidos, a Temu ocupou logo o primeiro lugar da App Store, ultrapassando rapidamente a rival Shein. E se o mês de setembro foi bom para a marca agora com nova sede em Boston, os meses seguintes só firmaram o seu sucesso nos Estados Unidos, incluindo o primeiro lugar de aplicações gratuitas no Google Play desde dezembro de 2022. Já em janeiro de 2023, assume a primeira posição na iOS App Store.

Segundo a Sensor Tower, só neste mês de janeiro, a app Temu contou com um acréscimo de 5 milhões de downloads nos Estados Unidos, mais 19% do mês anterior. Contas feitas pela empresa, trata-se de um total de 19 milhões de downloads de utilizadores fidelizados, entre a App Store e o Google Play - e 18 milhões só dos Estados Unidos.

E se compararmos o registo de downloads diários entre as gigante chinesas, olhamos para o mês de dezembro e vemos que a Shein regista cerca de 62 mil de downloads da app, enquanto a Temu cerca de 187 mil.

E a que se deve o sucesso Temu?

A começar pelo óbvio, e seguindo as pisadas da rival nesta matéria, esta plataforma oferece inúmeros bens de consumo a preços competitivos, de roupa a acessórios, até serviços eletrónicos. Mas não só. Se os artigos de fast-fashion baratos são um já conhecido reflexo dos números de vendas, a estratégia de marketing é a cereja no topo do sucesso. A plataforma pede aos consumidores que partilhem a app com os amigos, em troca de produtos gratuitos. “Code for code” é o que mais se lê nas publicações de redes sociais sobre a Temu. Os próprios consumidores são assim responsáveis pelo sucesso da marca não apenas por adquirirem os produtos, como por se juntarem ao negócio do passa-a-palavra, em troca de borlas, descontos e de plafond.

E por falar em redes sociais, há outro fator a juntar-se à explicação do sucesso: TikTok, o melhor amigo no crescimento da Temu.

Segundo a Meta, só no mês de dezembro, a Temu lançou quase 9 mil anúncios nas diversas redes sociais que promovem itens com descontos extraordinários. Que tal €4 por uma camisola ou €13 por uns sapatos? Os alarmes de um mercado que não prioriza a qualidade ou a sustentabilidade começam a soar.

 

Mas como tudo o que parece bom demais nunca o é, basta atentarmos nas críticas dos consumidores e notamos o crescimento de queixas que incluem listagens fraudulentas e entregas danificadas, atrasadas ou incorretas.

Quem tudo quer tudo perde é uma máxima que não costuma falhar, mas, até agora, a sustentabilidade mantém a desvantagem e a vitória é dos gigantes.

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