Depois de uma entrada gloriosa na primavera, com termómetros a chegar quase aos 30ºC, o mau tempo voltou e não nos poupa: vento, frio e chuva, temos direito a tudo. Nelson é o responsável por tudo isto, o nome dado à depressão que se estende da Islândia à região da Madeira e que dura até ao domingo de Páscoa.
Apesar de trazer "precipitação persistente, por vezes forte e acompanhada de trovoada" que estraga os planos para a Semana Santa, acabamos até por simpatizar com o nome Nelson, tal como acontece com o de outras tempestades que têm vindo a ser noticiadas ao longo dos últimos anos.
Mas, afinal, quem escolhe o nome das tempestades? Quem tem o poder de criatividade para dar o nome de uma pessoa a um conjunto de condições meteorológicas que põem os países em alerta? Fomos perceber.
Tudo começou em 2017, quando o "Instituto Português do Mar e da Atmosfera - IPMA, a Agência Meteorológica Estatal de Espanha - AEMET e a Méteo-France acordaram entre si que algumas das tempestades e depressões passariam a ter nome, aquando da sua passagem pelo Oceano Atlântico e eventualmente pela região mais ocidental do Mar Mediterrâneo", diz o IPMA em comunicado.
Só as depressões/tempestades extratropicais que dão origem a um aviso de vento de nível laranja ou vermelho ou que mereçam especial atenção de vigilância meteorológica é que recebem um nome, que é definido pelo primeiro país a emitir o alerta. Os restantes países afetados devem segui-lo também.
Contudo, que não se pense que o nome das tempestades é definido à última da hora. Existe uma lista com todos os nomes a adotar e, através do que foi definido para a época 2023/2024, já sabemos como se vão chamar as próximas tempestades. Depois da depressão Nelson, virá então a Olivia, a Pierrick e a Renata.
Quem ainda se lembra da Ana, a primeira tempestade de 2017, ou da Celia, de 2021? A verdade é que alguns nomes ficam na cabeça, sendo esse precisamente o objetivo deste acordo entre o IPMA, o AEMET e o Météo-France.
"A nomeação de tempestades tem como objetivo chamar a atenção da população e dos meios de comunicação para a prevenção e a salvaguarda de vidas e bens em situação de risco; assim como melhorar a comunicação entre os serviços de meteorologia e com a estrutura de proteção civil, facilitando a monitorização e estudo de depressões ao longo do seu percurso sobre a Europa", lê-se numa nota no site do IPMA.