Maximalismo Vs. minimalismo | Edição: Vasco dos Santos
Design e Artes

Maximalismo Vs. Minimalismo: a luta entre tendências

O maximalismo e o minimalismo são estéticas com uma extensa história que demarcam classes sociais e que hoje servem de influência para a decoração de interiores.

Quando a Versa fez um levantamento das tendências de decoração para 2023, encontrámos o cluttercore como uma estética que vai vigorar este ano. Trata-se de uma tendência que apela ao maximalismo, mas que coexiste com outra, a de dar máximo conforto à casa através de tons terrosos e texturas macias, o que acaba por se relacionar com o seu oposto, o minimalismo.

Todos os anos há uma espécie de luta entre qual destas tendências se afirma, maximalismo ou minimalismo? Um debate que é reforçado na revista Fast Company. Contudo, é claro que tem vindo a intensificar-se a ideia de que ambas podem coexistir. 

“Houve um tempo em que as pessoas queriam ir para um lado ou para o outro porque era moda. Mas, há anos, tudo se resume a como um indivíduo se deseja sentir em casa”, refere a designer de interiores Kelly Wearstler na mesma publicação. 

Hoje em dia, cruzamo-nos facilmente com páginas de redes sociais em que se nota uma linha simplista que nos transmiti tranquilidade, um minimalismo também pantenteado em várias as coleções de marcas de decoração, como a famosa cadeia IKEA ou a Zara Home.

 

Se passarmos para um outro universo, maximalista, as referências são igualmente vastas e incluem a decorações mais ousadas e marcantes, como um quadro de uma galeria de arte, como a Carré d’Artistes, ou cortinados e papéis de parede que enchem uma sala por si só. 

 

A cor também dá expressão ao maximalismo e parece ser ela mote que abunda no Instagram, já que lá se encontram dezenas de contas que tornam uma casa mais animada.

 

E este reforço de cor é a forma mais recente de maximalismo, estética que surgiu como símbolo de poder e de ostentação. Contudo, sempre andou de braço dado com o minimalismo, numa história cíclica que damos a conhecer. 

Do maximalismo ao minimalismo, a evolução  

“Mais é mais" é a filosofia que desde sempre acompanha o maximalismo. A primeira das suas formas surgiu há vários séculos, nas casas das mais altas classes sociais, com poder financeiro para recheá-las com obras de arte, assim como tapeçarias caras que contrastavam com o padrão berrante dos cortinados. No extremo oposto, famílias com menos posses económicas, adotavam forçosamente o minimalismo, tendência que se repetiu em cada período de recessão económica. 

Basta pensar na Grande Depressão, a grande crise financeira que afetou os Estados Unidos em 1929, ou na crise mundial que começou no final de 2007. Segundo Christina Binkley, que escrevia sobre moda para o Wall Street Journal, nesta última crise havia quem se inibisse de ostentar riqueza em casa, precisamente pelo período que se atravessava.  

É possível que com a crise atual tal volte a repetir-se ou então que aconteça o oposto.

Se tomarmos o exemplo da pandemia, mais uma vez o minimalismo e o maximalismo coexistiram, não divergindo conforme a classe social, mas, sim, de acordo com a forma como cada um viveu o confinamento da Covid-19. Houve quem quisesse dar mais espaço às casas através do minimalismo, já outros outros preferiram animá-las com peças decorativas mais extravagantes.

Agora, também a decoração maximalista pode servir para elevar o ânimo nos tempos difíceis que correm, sem que isso implique gastos exorbitantes, já que o maximalismo pode passar por apontamentos como móveis pintados numa cor viva ou por um quadro pintado de forma abstrata – no fundo, dar uso à liberdade criativa que é sugerida pelo maximalismo.  

Quem vence a batalha?  

O maximalismo será sempre símbolo de exuberância, identidade e criatividade e o minimalismo de elegância, tranquilidade e organização.  

Ambos coexistiram durante toda a história e isso não vai mudar nas próximas tendências. O que muda, no fundo, somos nós e a forma como vivemos o presente. 

Veredicto Versa: que o maximalismo e o cluttercore, que vive da essência maximalista, vença em 2023 para que a criatividade nos ajude nestes tempos económicos difíceis em que vivemos.

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