Num roteiro pelas casas mais ou menos secretas que fazem do sexo e do erotismo os protagonistas da noite, destacamos alguns dos espaços mais procurados que, por norma, não disponibilizam muita informação sobre o local ou a experiência que oferecem. Para sabermos mais sobre alguns dos estabelecimentos mais reservados, conversámos com Pedro [nome fictício], de 26 anos, que não se rege por pudores e relata-nos, na primeira pessoa, a experiência em alguns destes espaços.
Mise en Scène
O nome escolhido para este espaço é a sugestão ao que aqui encontramos, já que mise en scène é terminologia usada no cinema e no teatro para significar encenação ou “posicionamento em cena”. De quinta a domingo, o clube, situado numa cave perto de Arroios, convida os clientes “a explorar as suas fantasias eróticas, os seus quereres, as suas vontades e os tabus”. É talvez dos clubes libertinos mais conhecidos de Lisboa e aquele onde a liberdade de expressar os mais íntimos desejos serve de convite.
“É misto, mas há uma noite por mês que é exclusivamente queer. O espaço é agradável, tem uma parte de cima com dois quartos, onde se pode fazer aquilo que quisermos… if you know what i mean [risos]. Na parte de baixo, há um bar e uma zona lounge. Este é dos bons.”
Drako Club
Com um espaço dedicado ao BDSM (bondage e Disciplina, Dominação e Submissão) e repleto de equipamentos pensados no prazer masculino, este clube só permite a entrada a homens. A indumentária do staff é inexistente e apenas o começo de uma noite que promete por tudo a nu.
“É exclusivamente gay e ligeiramente decadente. Uma cena mais kinky, com muito couro à mistura e zonas de fetiches, tipo glory holes, camas com padrão de zebra e, claro, uma de baloiço. Neste espaço, há noites temáticas. Por exemplo, às sextas-feiras, o clube fica todo às escuras a partir da meia-noite. Diria que este é médio/bom.”
Bar Cru
Este é um bar gay que se intitula como “o mais sexy de Lisboa”. Festas de nudismo, roupa interior e fetiche fazem parte do menu diário. Espaço pequeno e ideal para cruising. Aqui, também não faltam zonas dedicadas a fetiches e há um dress code a respeitar: só se entra nu, de roupa interior ou fantasiado, para evitar o voyeurismo.
“É um bocadinho o seguimento do anterior. Ainda que não tenha ido, conheço quem tenha visitado o espaço e dizem que é muito pequeno, mas que não é mau.”
Festas Puirilia
Os eventos da comunidade Purília são provavelmente os mais exclusivos de Portugal. São aquelas festas que já chegaram a fazer notícia por juntar políticos, jogadores de futebol, conhecidos empresários ou figuras públicas.
As festas privadas são comunicadas ao público e à imprensa como eventos exclusivos para os amantes e entusiastas do sexo. Sabe-se pouco sobre o que se passa nestas festas, não só por serem extremamente exclusivas e com local anunciado apenas na véspera ou dois dias antes do evento, como pelo acesso ser muito restrito. Todos os participantes estão impedidos de recolher imagens, chegando mesmo a assinar um contrato para poderem integrar a lista de convidados.
Trombeta Bath Sauna
Este é aquele espaço no Bairro Alto que habitualmente se conhece como “a sauna gay”, ainda que não seja um espaço exclusivo à comunidade gay. Aqui, os clientes são homens, independentemente da sua orientação sexual. Este é um espaço que fomenta o erotismo e disponibiliza massagistas todos os dias. Em breve, a Trombetha Bath Sauna revelou à Versa que terá a festa "naked", na qual se espera que todos estejam nus.
“É um sítio que muitos gostam de ir.”
XClube
Situado na zona de Belém, em Lisboa, este é um dos clubes de swing mais conhecidos da região. Além da zona lounge, com sofás e mesas de apoio, uma pista de dança e um varão, tem uma área privada com sete espaços tipo quartos - alguns sem fechadura, para possibilitarem a entrada livre. Também não faltam paredes nos corredores repletas de glory holes. Aqui, apenas é permitida a entrada a casais. Desta vez, solteiros ou solteiras estão fora.