Montebelo Mosteiro de Alcobaça Historic Hotel
Evasão

Existe uma exceção na vida em que podes e deves voltar ao passado

Sabemos que ao voltar ao passado corremos o risco do arrependimento. Mas não é o que acontece no Montebelo Mosteiro de Alcobaça Historic Hotel. A Versa conta porque deves fazer esta exceção.

Há quem diga que o passado deve ficar no passado, mas existe uma exceção e a ela cedemos ao entrar no Montebelo Mosteiro de Alcobaça Historic Hotel, situado no coração da cidade do distrito de Leiria.   

A fachada do hotel é, de facto, moderna, mas denuncia que em tempos algo de igualmente maior ali teve lugar. “Igualmente” porque falamos de uma unidade hoteleira com cinco estrelas, idealizada pelo arquiteto Eduardo Souto Moura, um nome de peso que aceitou a responsabilidade de reabilitar para fins de lazer o Claustro do Rachadouro, integrado no Mosteiro de Alcobaça, uma das Sete Maravilhas de Portugal, que soma ainda a classificação de Monumento Nacional e Património da Humanidade pela UNESCO. 

A história deste mosteiro teve início em 1178, ano em que começou a ser construído sob um estilo gótico, obra que viria a terminar apenas 100 anos depois, composta por três pisos, ficando no rés-do-chão a cozinha, no primeiro piso as oficinas e o cartório e no segundo piso a grande biblioteca. Hoje, o primeiro e o segundo piso estão reservados para os 91 quartos e suites, com vistas para o Claustro ou para a cidade, e o rés-do-chão para o lobby e restaurante. 

Além do propósito de cada espaço, também as dinâmicas mudaram: enquanto em tempos este lugar foi ocupado pelos monges da Ordem de Cister, explica à Versa António Machado Matos, diretor geral do Montebelo Mosteiro de Alcobaça Historic Hotel, hoje em dia é o ambiente corporate que domina na unidade hoteleira, coordenada com famílias com crianças ao fim de semana.  

Foi precisamente num fim de semana que visitámos o hotel e se crianças havia, não demos por elas ou por vivalma: o silêncio merecido é respeitado nos corredores, que nos convidam a voltar ao passado. E aceitámo-lo. 

O passado que não se quer esquecer 

O primeiro contacto com o passado no Montebelo Mosteiro de Alcobaça Historic Hotel é o lobby, onde a decoração minimalista e os focos de luz discretos são estrategicamente usados para dar foco às abobadas que se mantiveram inalteradas.  

Ao caminhar pelo hotel, descobrem-se outros elementos que nos fazem recuar no tempo, incluindo as imagens que revelam o antes e o depois do trabalho de seis anos que foi necessário até se abrirem as portas do hotel.

O antes e o depois num dos espaços do Montebelo Mosteiro de Alcobaça Historic Hotel

Finalmente junto ao quarto, acedido através de uma porta baixa e envolvida por pedra antiga, voltámos ao presente para dele desfrutar.  

Um quarto (ou uma casa?)

Um quarto de hotel é como uma casa temporária de quatro paredes, mas aquele onde nos instalámos dava a sensação de ser uma casa inteira. Em 28m2, o quarto twin duplo oferece uma decoração minimalista de tons azulados e terra, à qual se junta o tom natural da pedra que cobre a janela com vista para o Claustro do Rachadouro.  

Quarto Twin Duplo, Quarto Twin Duplo Claustro, Quarto Familiar, Suite E Master Suite são as várias tipologias da unidade (havendo ainda um quarto pet friendly), cada uma a sua simplicidade que não deixa distrações na hora de dormir. 

Mas deixemos o descanso para a noite e dediquemo-nos a um momento de relaxamento no piso inferior do hotel, onde está localizado o spa, o ginásio e a famosa piscina interior construída em redor dos pilares originais do mosteiro.  

 

Pelas mãos de Vânia Jacinto, durante 30 minutos deixamo-nos levar pela massagem de relaxamento, na qual o aroma a laranja do óleo essencial Alqvimia pede licença à maçã de Alcobaça para se instalar na sua terra só para aquele momento. Aroma esse que, inevitavelmente, abriu-nos apetite para o momento seguinte.  

Novo chef, nova carta, novo restaurante por refeição 

Bruno Mendes é o nome por detrás da cozinha do restaurante do Montebelo Mosteiro de Alcobaça Historic Hotel, com 80 lugares por ocupar ao almoço e jantar pelos hóspedes e visitantes.  

O chef chegou à unidade em outubro de 2023 e com ele trouxe novas ideias, que aplicou numa carta que é como um manifesto da região, dando destaque aos produtos locais, através de uma confeção próxima das tradições locais, com “comida de tachinho”, como refere o diretor geral António Machado Matos. 

Por nele falar, não há como não provar o arroz de garoupa da costa Oeste com camarão e perfume de coentros bio (€31), servido, claro está, num “tachinho”, prato que concorre com a perna de frango em falsa pucara (€19) e o arroz de cabrito do monte (€25).  

Mas nada disto pode começar, primeiro, sem um espumante Casa da Ínsua Rosé (€55), que rega o curioso contraste de doce e salgado do crème brûlée caramelizado de queijo de cabra artesanal e flor do vale (€7) e a morcela local, com maçã de Alcobaça e cebola caramelizada (€8,50), nem pode acabar sem a mais célebre sobremesa: o tributo ao Mosteiro, um crocante de ovos moles e castanhas com gelado de baunilha (€14).  

Todos estes pratos – alguns da Chefs' Collection da Vista Alegre, marca detida pelo grupo Visabeira, que é também responsável pela cadeia Montebelo Hotels & Resorts – encheram a mesa ao almoço, altura em que o restaurante era iluminado pelo sol de um dia de sorte. Já à noite, quando regressámos, a luz natural é substituída por luzes médias artificiais, que transformam o espaço por completo, como se o hotel tivesse dois restaurantes diferentes.  

Depois de uma refeição, o Mosteiro de Alcobaça ali ao lado convida a uma visita, mas lá fora também é possível fazer provas de vinho ou de gin com Maçã de Alcobaça na Lemos Figueiredo. 

Para simplesmente desfrutar da estadia, uma noite para duas pessoas custa desde €520 em quarto duplo twin e pode ir até aos €2.040 para a Master Suite. As reservas podem ser feitas no site, por e-mail (reservasmontebelo@montebelohotels.com) ou telefone ((+351232 420 000). 

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