Bella Hadid no Festival Cinema de Cannes 2024
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A moda tem voz, propósito e, de propósito, fala por Gaza

A modelo Bella Hadid faz um novo statement sobre a ocupação de Gaza e, desta vez, com um vestido inspirado no tradicional Keffiyeh. Moda nunca foi só roupa...

A moda não resolve conflitos. Sabemos. Mas tem voz e, em alguns casos, declarações (a)políticas. Foi sempre uma das indústrias que melhor soube ler os tempos, com força para inspirar outros movimentos e o seu significado cultural, não é negociável. A moda pode ser ativista e até um uniforme da paz. Mas é preciso ouvi-la. Quando se despe de mensagens gastas.

O ato de vestir é político, já era este o pensamento do historiador francês Fernand Braudel. E quando a política falha, a moda pode ser mais um meio para tentar mudar o estado das coisas e influenciar círculos influentes. Bella Hadid sempre manifestou o orgulho nas suas origens palestinianas, no Festival de Cinema de Cannes e no momento em que temos “All eyes on Rafah”, a modelo vestiu-se pela libertação da Palestina.

Surgiu com um vestido vermelho inspirado no lenço Keffiyeh (usado no médio oriente e que passou a ser associado à resistência da Palestina) da dupla de designers Michael Sears e Hushidar Mortezai, fundadores da marca nova-iorquina Michael & Hushi.

Criado a partir do tradicional tecido e onde são interpretados simbolos culturais da Palestina como as folhas das oliveiras ou a resiliência do povo, foi apresentado na coleção outono/inverno 2001 da marca. controVerso na altura, agora voltou a ter voz. E fala através de um padrão que se assemelha à rede usada pelos pescadores, sobre a relação que os palestinianos têm com o mar, mar que significa liberdade e que na Cisjordânia, proibido o acesso, é só uma miragem.

No Instagram, a modelo partilhou várias fotos de Cannes e na legenda o “orgulho de vestir a minha cultura e de ser palestiniana”. Fala do vestido como “uma forma bonita de representar a história, um trabalho de amor, resiliência e a arte do histórico bordado palestiniano”, e pede que o mundo se informe sobre “a ocupação e genocídio que acontecem, neste momento, em Gaza”.

Houve elogios e críticas. Acontece, quando se fala. Mesmo que tudo pareça só uma utopia num mundo distópico. A moda teve voz.

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