Diogo Mestre, fundador da marca Mestre Studio | Fotografia: D.R.
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Mestre Studio: a marca do "adulto rebelde que nunca amadurecerá"

Teremos sempre uma criança dentro de nós, mas o tempo pode mostrar outras facetas, como um "adulto rebelde". Ele é Diogo Mestre, fundador da Mestre Studio.

Há anos que a moda em Portugal conhece vários nomes de cor, como Fátima Lopes, Dino Alves, Carlos Gil, Luís Buchinho e tantos outros designers de moda a quem já conhecemos o estilo. Mas há muito Sangue Novo, nome que é também dado à plataforma da ModaLisboa que dá a conhecer novos talentos, e uma parte dele está a ganhar relevância fora do evento.  

É o caso de Diogo Mestre, jovem alentejano de 22 anos que já tem uma marca própria, a Mestre Studio, lançada em outubro de 2023 da ModaLisboa à La Carte, no âmbito do concurso Sangue Novo. 

Precisamente através da marca, Diogo mostra em tudo o que é mestre (não só de nome).  

“Podemos dizer sou mestre em escultura e design. Licenciei-me em escultura em Belas Artes e estou atualmente a concluir um mestrado em Design de Moda. Adoro criar e, quando falo em criação, refiro-me a tudo, tenho a necessidade de estímulo constante e de ter as mãos sempre ocupadas. Sempre fui muito irrequieto e acho que foi isso que me trouxe até onde estou, a necessidade constante de criar”, diz à VERSA. 

A Mestre Studio é assim um espelho dessa inquietude própria de um jovem, dando aso a peças que têm técnicas tradicionais como base e, adicionalmente, um twist. Obtêm-se assim criações modernas e inspiradas em tudo o que o designer de moda vê quando vagueia.  

“Não gosto muito de pedestais, ou seja, de exaltar grandes nomes. Gosto de inspiração mais ‘terra à terra’, das pessoas que me rodeiam. Adoro vaguear pela faculdade e ver o que os outros estão a fazer, as roupas que os meus amigos estão a usar e observar as peças que vou colecionando inconscientemente”, refere Diogo.  

Todos os estímulos são bem-vindos, até porque, como diz, atualmente “já não chega fazer ‘roupa’ bonita, é preciso criar um produto consciente e que nos respeite a todos, desde o designer ao produtor e ao utilizador”.  

Com isto em mente, Diogo Mestre usa a sua mestria aprendida ao longo dos últimos anos, mas sem nunca esquecer o seu passado.  

"A infância ver ser sempre um ponto chave"  

Costumamos dizer que teremos sempre uma criança dentro de nós e a do Diogo Mestre criou a coleção com a qual ganhou o concurso Sangue Novo na ModaLisboa. 

 

Mas tal como na vida real, a ideia é amadurecer (parcialmente) na Mestre Studio.

“Acho que um mergulho tão profundo na infância não vai acontecer tão cedo novamente, mas a infância ver ser sempre um ponto chave da minha identidade. Acho que podemos dizer que a marca vai sempre refletir um adulto rebelde que nunca amadurecerá por completo", remata.  

As novas coleções, lançadas de acordo com a capacidade de Diogo "para as criar de forma consciente e sustentável", já refletem isso mesmo, como é o caso dos conjuntos de malha lançados no início do ano e do novo lenço que une arte e moda numa colaboração feita com a pintora Maria de Brito Matias.  

“A ideia surgiu com o objetivo de criar uma relação entre a arte e o design, desmistificando a mesma, com uma peça com uma estampa única que me representasse a mim e à marca, mas também à artista”, explica Diogo Mestre.  

 

O designer de moda acrescenta que mais colaborações virão, "com artistas, com designers, com artesãos..." e revela ainda que está para breve uma nova coleção.  

Enquanto aguardamos, espreitemos na galeria de imagens o que a marca portuguesa de Diogo Mestre tem para oferecer.  

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